sexta-feira, 31 de maio de 2013

Casa de Formação Santo Afonso - Parquelândia

Fotos do prédio em acabamento.
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Guiné-Bissau País com maior mortalidade de menores de cinco anos da Lusofonia - UNICEF

Assessoria de Imprensa
A Guiné-Bissau ocupa a 7.ª posição mundial no relatório da UNICEF sobre a Situação Mundial da Infância 2013, quanto à taxa de mortalidade de menores de cinco anos, com 161 crianças por mil nascidas vivas.
No documento, a que a Lusa teve acesso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indica que as estatísticas apresentadas, relativas a 2011, "são as mais recentes sobre sobrevivência, desenvolvimento e protecção da criança para países, áreas e regiões do mundo", em que se "inclui, pela primeira vez, uma tabela sobre desenvolvimento na primeira infância".
De entre os países lusófonos, segue-se Angola, na 8.ª posição, com uma taxa de mortalidade de menores de cinco anos (TMM5) -- que representa, nos termos da definição dos indicadores da UNICEF, "a probabilidade de morrer entre o nascimento e exactamente cinco anos de idade, por mil nascidos vivos" -- de 158 crianças em 2011, contra 243 em 1990.
Moçambique classifica-se no 22.º lugar da lista, utilizada como "principal indicador dos progressos em direcção ao bem-estar da criança", lê-se no documento, com 103 crianças entre cada mil nascidas vivas a terem elevada probabilidade de morrer nos primeiros cinco anos de vida, em 2011, em contraste com as 226 que se encontravam nessa situação em 1990, indica o relatório.
A 28.ª posição da lista pertence a São Tomé e Príncipe, onde, em 2011, 89 crianças em mil enfrentavam esse limite temporal, contra 96 em 1990.
Timor Leste encontra-se no 51.º lugar, com uma TMM5 de 54 crianças em mil, muito menos que a registada em 1990: 180 em mil.
O arquipélago de Cabo Verde classifica-se na 91.ª posição, apresentando uma TMM5 de 21 crianças em mil, contra 58 em 1990.
Na 107.ª posição, está o Brasil, que ocupa o último lugar entre os países lusófonos com a mais baixa taxa de mortalidade de menores de cinco anos, 16 crianças em 2011, contra 58 em 1990.
No relatório, a agência especializada da ONU esclarece que estes dados foram extraídos dos bancos de dados globais da UNICEF e que se baseiam em estimativas do Grupo Interagências das Nações Unidas sobre Mortalidade Infantil (UNICEF, Organização Mundial da Saúde, Divisão de População das Nações Unidas e Banco Mundial).
Segundo o documento, "em 1970, aproximadamente 16,9 milhões de crianças menores de cinco anos morriam a cada ano. Em comparação, em 2011, foi estimado em 6,9 milhões o número de crianças que morreram antes do seu quinto aniversário -- o que coloca em evidência uma queda significativa, no longo prazo, no número global de mortes de menores de cinco anos".
Como instrumento para aferir o bem-estar da criança, a TMM5 apresenta várias vantagens, sublinha a UNICEF, a primeira das quais é o facto de medir "um resultado final do processo de desenvolvimento, e não um 'fator de contribuição' -- como nível de matrículas, disponibilidade de calorias 'per capita' ou o número de médicos por mil habitantes, que representam meios para determinado fim".
Além disso, prossegue, "sabe-se que a TMM5 representa o resultado de uma ampla variedade de fatores de contribuição: por exemplo, antibióticos para tratar pneumonia; mosquiteiros tratados com inseticida para evitar a malária e bem-estar nutricional e conhecimento das mães sobre saúde".
E ainda "nível de imunização e uso da terapia de reidratação oral, disponibilidade de serviços de saúde para a mãe e para a criança, inclusive atendimento pré-natal, disponibilidade de renda e de alimentos na família, disponibilidade de água potável e de saneamento básico, e segurança do ambiente da criança de maneira geral", enumera a organização.
Fonte: www.novasdaguinebissau.blogspot.com.br

França vive uma contrarrevolução conservadora

Eduardo Febbro
Vincent Autin e Bruno Boileau entraram para a história com um beijo e um dispositivo policial digno de uma cúpula de chefes de Estado. Cem policiais e um esquadrão da Polícia na reserva custodiaram o primeiro casamento celebrado na França entre duas pessoas do mesmo sexo. "Por militância e por amor", Vincent Autin, 40 anos, e Bruno Boileau, 30, disseram "sim" na prefeitura de Montpellier em meio a um clima de homofobia agressivo. A cerimônia teve que ser atrasada por conta de uma ameaça de bomba e antes do casamento iniciar os opositores à lei que, há dez dias, legalizou o matrimônio gay, lançaram foguetes contra o prédio da prefeitura.
Após serem dispersados pelas bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia, nada puderam fazer contra a história que se concretizava naquele momento: apesar das massivas manifestações contra essa lei que também abre a possibilidade da adoção de crianças por casais do mesmo sexo, o casamento foi celebrado ao som da música escolhida pelo casal, "Love", de Nat King Cole. "É um grande dia para o país e para a República", disse Hélène Mandroux, a prefeita que comandou a cerimônia. Ela acrescentou: "a história de vocês se encontra hoje com a de um país inteiro, com a de uma sociedade que progride, que luta contra todas as discriminações".
Após meses de uma autêntica batalha campal durante a qual os adversários da lei sobre o "casamento para todos" nunca baixaram os braços, Vincent Autin e Bruno Boileau se uniram sob a proteção de um dispositivo legal que suscita reações inimagináveis na França: homofobia e violência. O caso mais emblemático é o do casal formado pelo holandês Wilfred de Brujin e seu companheiro Olivier. Em abril passado, Brujin foi selvagemente desfigurado a golpes (sete fraturas nos ossos da face) quando caminhava por Paris com Olivier.
Há uns dez dias, Dominique Venner, um influente ensaísta e militante da extrema-direita, se suicidou na catedral de Nôtre Dame. Nos textos que deixou, evocava seu rechaço a uma lei que julgava "infame" e também sua hostilidade à imigração de origem africana e magrebina. "Hoje caminhamos na direção da igualdade, mas ainda há um caminho a percorrer", disse Vincent Autin. Apesar do ativismo agressivo dos opositores da lei há na França uma maioria silenciosa de 65% que está a favor. Vincent Autin é um ativista gay e militante socialista que luta há muitos anos pelos direitos dos homossexuais.
No entanto, o desenlace feliz desse casamento que faz da França o 14º país do mundo a autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo não é suficiente para ocultar a existência de uma poderosa contrarrevolução conservadora cujo alvo é o conjunto dos valores herdados pelas jornadas revolucionárias de maio de 1968.
Divididos em vários grupos compostos por católicos integristas, conservadores radicais, neo nazis, membros da extrema-direita francesa, descontentes com o socialismo no pdoer e defensores da família, os opositores à lei conseguiram colocar na rua centenas de milhares de pessoas : seu alvo central não é só a lei em si, mas sim, sobretudo, os valores que inundaram a sociedade francesa desde os anos 68. Com uma direção ideologicamente contrária, mas com os mesmos métodos, os adversários do casamento gay tentam inpugnar a herança de valores e costumes derivada dos protestos estudantis de maio de 68.
Para eles, a legalização do casamento entre pessoas de um mesmo sexo é o degrau mais inaceitável do que consideram uma « cadeia de permissividade « que há 45 anos o maio francês difundiu na sociedade.
Com o argumento imediato da lei, mas com maio de 68 como modelo a destruir, conseguiram assentar um movimento que já apresentou alguns picos violentos com espantosas agressões a homossexuais, destruição de locais gay, hostilização de deputados que defendem a lei e ocupações não menos violentas de ruas e avenidas. No dia 26 de maio, o Bloco Identitário, um dos grupúsculos da extrema direita que compõe o arco XH, ou seja, xenófobos e homófobos, chegou a ocupar a sede do Partido Socialista francês e desfraldar uma bandeira pedindo a renúncia do presidente socialista François Hollande.
Como em outras ocasiões, os anti-matrimônio igualitário reuniram em Paris entre 150 mil e um milhão de pessoas. A disparidade das cifras depende de quem as enuncia : a polícia ou as organizações convocadoras.
Há, hoje, uma contra-revolução conservadora. Guillaume Peltier, vice-presidente do partido conservador UMP (fundado pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy) não duvida em prognosticar : « 45 anos depois assistimos a um maio de 68 de direita ». A primeira coisa que ressalta é a metodologia da ação. Os integristas copiam o estilo dos slogans de 68, invertendo o seu sentido.
Ocupação de lugares de forma esporádica, cartazes com tipografia, desenhos ou humor similares, frases parecidas mas envoltas com outro sentido mostram como a revolução marrom se apodera dos símbolos para reatualizá-los com sua mensagem. Fizeram o mesmo com o enunciado central da lei, que se chama « casamento para todos ». O principal grupo de oposição ao textos se autodenominou « A manifestação para todos » (« La Manif pour tous »). A ofensiva é um espelho ao contrário.
Alain Scada, presidente do instituto Civitas, diz : « o ato homossexual é um pecado, o casamento homossexual é uma paródia ». Civitas é uma associação católica fundamentalista, de extrema-direita, próxima da Fraternidade Sacerdotal de Pio XI. Também é um dos núcleos mais duros e protagonista de açõies na rua como as missas celebradas na porta da Assembleia Nacional. Com o passar dos meses, muitos dos movimentos em torno do qual se plasmou a armadura desta contra-revolução foram se radicalizando e ampliando suas ambições. Assim surgiu o ramo mais radical, « A primavera francesa ». A portavoz desta mistura de tudo o que há de extremo, Béatriz Bourges, reconhece « nós estamos mais a favor de ações transgressivas ». Estes reacionários contemporâneos imitam rigorosamente os comunicados dos grupos ou líderes revolucionários.
Che Guevara esfregaria os olhos se lesse frases como « até a vitória » ou « ao combate » emitidas por um movimento ultra-reacionário. Mas é assim. A radicalização e as ameaças proferidas por este grupelho é tal que o ministro francês do Interior, Manuel Vals, quer proibi-lo. As manifestações com balões coloridos, máscaras engraçadas e roupa extravagante perderam espaço para a violência. A barreira do tolerável começou a ser ultrapassada a tal ponto que um deputado da direitista UMP, Hervé Maritón, advertiu : « a partir de certo momento, a intensidade das reivindicações pode atropelar as regras do jogo democrático e nossa capacidade de conter o debate » .
Debate, de fato, já não há mais. A lei promovida pela ministra da Justiça, Christiane Taubira, já entrou em vigor e seus adversários prosseguem a guerra social e sem limites. Dias atrás apareceu uma conta no twitter que se chama « um mundosemgays » e cuja leitura é um assento de primeira classe com vista para a selva do ódio e da homofobia. O casamento gay é o objeto visível de um questionamento mais profundo e de um ataque frontal contra maio de 68 já iniciado pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy há seis anos. Em abril de 2007, antes de ser eleito presidente, Sarkozy denunciou o « relativismo intelectual e moral de maio de 68 ». Em seguida, acrescentou que era preciso « liquidar » essa herança. Os extremistas de hoje traçaram esse caminho como sua primavera marrom.
Respaldada pela igreja e pelos padres que fomentam a revolta, o ramo radical adversário do casamento gay propõe-se a fazer o mesmo, mas ao contrário. A historiadora Ludivine Bantigny disse a respeito : « hoje, aqueles que tentam reiterar a ocupação da Sorbone (Universidade de Paris ocupada em maio de 68) recuperam o simbólico, mas rechaçam a origem política ». Para eles, maio de 68 significa relativismo, hedonimso, super consumo, niilismo, perversão da família e, acima de tudo, o fim da civilização ocidental, ou seja, o término da dominação cultural ‘branca e o começo de sociedades contaminadas pela diversidade ». Daí sua ojeriza pelas sociedades multiculturais e seus direitos ampliados. « Cepa original », « sangue puro », « tradição », « origens étnicas » e « família » são as palavras centrais do vocabulário desta revolta.
« Quando a civilização está em perigo, temos direito a nos defender », alega a portavoz da Primavera francesa. Copia da esquerda de outras épocas, os anti de hoje se proclamam como os autênticos « anticonformistas » da época. A líder do movimento « A manifestação para todos », Frigide Barjot postulou a ambição global dos protestos : « invertemos o libertarismo de 1968 para dizer não ao ultraliberalismo aplicado aos seres humanos. A mesma Frigide Barjot sofreu as consequencias da contra-reação. Ela, que liderou o protesto, teve que retirar-se no último momento pelas ameaças de morte que recebeu por ter defendido uma opção mais suave da união entre gays.
Maio de 68 está em todos os lábios como entidade referente que é preciso, ao mesmo tempo, imitar, citar e destruir. O coquetel final é o que o historiador das ideias François Cusset chama de « anti-progressismo ». Não se trata de uma metáfora passageira, mas sim de um fenômeno que emana desde o coração da sociedade de onde surgiram os valores sociais mais progresistas. O mesmo historiador constata que o êxito do movimenro reacionário não é em nada alheio ao abandono da rua por parte da esquerda e a atitude global de uma esquerda no governo « mais preocupada com a austeridade orçamentária e o rigor da segurança que a mais liberal das direitas ».
O filósofo e sociólogo Jean-Pierre Le Goff também aponta para a responsabilidade da esquerda neste processo, ainda mais que, argumenta, adormecida nos louros de sua suposta propriedade do maio de 68, « a esquerda não se dá conta de que exaspera uma parte de seu próprio eleitorado e a população ».
A história deu um giro espetacular. Um cartaz colado na Place des Invalides dizia : « nós somos a juventude insubmissa ». A insubmissão, de fato, mudou de avenida : passou ao campo da direita com a reivindicação do retorno a uma sociedade estratificada enquanto que a esquerda caviar desfruta das novas tecnologias, dos lugares de moda, da esfera bem pensante que garante estar na linha correta. Mas abandonou o território da insubordinação e do movimento, deixando-o para outra juventude. Os anti-matrimônio gay não derrotaram o histórico maio francês, mas conseguiram provocar uma fissura.
A filósofa e historiadora das ideias Chantal Delsol afirmou em um artigo publicado no Le Monde que « esta corrente é portadora de futuro ». Talvez porque neça não haja unicamente fascistas ou católicos fundamentalistas, mas também muita gente vinda de horizontes mais neutros que encontraram neste movimento um canal para expressar o repúdio ao poder atual, a desilusão que suscitou e e à parcela corrupta da sociedade contemporânea. As queixas se concentram principalmente no Executivo e nos jornalistas, acusados de servir os interesses do poder.
Um mundo ao revés. As cenas vistas neste 26 de maio em Paris ofereciam a mesma sucessão de imagens que as manifestações convocadas outrora pela esquerda contra o liberalismo : vidros quebrados, colunas de fumaça, milhares de policiais mobilizados, gás lacrimogêneo, enfrentamentos duros coma s forças da ordem. Só mudaram os protagonistas : já não são operários, sindicalistas, indignados ou militantes de movimentos progressistas e alternativos. Eram as forças da reação que fizeram tremr as ruas do maio francês do século XXI.
Fonte: www.cartamaior.com.br

Procissão e missa de Corpus Christi - Paróquia de Santo Afonso em Fortaleza - CE

Nesta quinta feira (30) de maio de 2013 o amor e a fé em Jesus Cristo marcaram a celebração de Corpus Christi 








































Francisco e João

Quando o Papa Francisco foi eleito e saudou a Praça de S. Pedro e todo o mundo em tom franciscano mostrando grande proximidade na linguagem e nos gestos, imediatamente surgiram comparações com o João XXIII.
Assinalar 50 anos do falecimento do Papa Roncalli tem oferecido a oportunidade de redescobrir o seu percurso biográfico e os intensos cinco anos de pontificado.
Se pelos seus gestos se descobre a bondade e a ternura, pelo que afirmou e pelas decisões que tomou percebe-se a profundidade de pensamento, a competência, a vida espiritual e a religiosidade que o aproxima de todas as pessoas. Características também tão presentes no atual Papa.
Entre outros, há dois aspetos, que expressam sintonias entre os dois sucessores de Pedro: a proximidade a todas as pessoas e a opção por uma Igreja pobre.
Francisco saúda toda a gente, beija crianças e enfermos com quem se cruza, preside à missa em cada dia com quem deseja participar, no Vaticano, e partilha as refeições com quem está na Casa de Santa Marta. Há 50 anos, no pontificado de João XXIII, o isolamento do Papa seria maior. E mais restrito o contacto com outras pessoas no quotidiano pontifício. A tal ponto que as histórias que rodeiam o seu pontificado, agradavelmente apresentadas nas “Fioretti do Bom Papa João”, falam por exemplo no desagrado que sentia ao ter de respeitar o protocolo e tomar as refeições sozinho: “pareço um seminarista de castigo”, terá desabafado.
Para além dos aspetos mais anedóticos – que são muitos – as linhas de força do pontificado de Francisco e João estão muito próximas. Nomeadamente na opção pela simplicidade no seu exercício e na proposta de atitudes de pobreza para toda a Igreja.
Felizmente podemos encontrar características e opções semelhantes entre estes dois papas, como também entre qualquer um deles e Paulo VI, João Paulo II ou Bento XVI. E incluir nestas convergências bispos, padres e mulheres e homens que encontram no Evangelho o programa de vida! E aí está o fundamental!

Agência Ecclesia

Terena é morto em reintegração de posse na Terra Indígena Buriti no Mato Grosso do Sul

Renato Santana
Otoniel Terena, irmão de Oziel Gabriel, indígena morto na manhã desta quinta-feira, 30, durante reintegração de posse em área da Terra Indígena Buriti (MS), tem uma certeza: o tiro que matou Oziel partiu de um grupo de policiais federais que tentava retirar os Terena da fazenda de Ricardo Bacha incidente no território tradicional. O indígena afirma que o atirador estava entre 10 e 20 metros de Oziel.
"Meu irmão levou o tiro do lado em que a PF estava. Os policiais se dividiram em três grupos. Eu estava com outros indígenas no lado dos policiais militares; meu irmão do lado da PF. Ouvimos tiros vindos de lá, do lado da PF. Depois vieram carregando o Oziel, para levá-lo ao hospital", conta com voz embargada Otoniel. A Polícia Federal assumiu ter usado arma letal.
Além da Polícia Federal, a Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais (Cigcoe), batalhão da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, também atuou na tentativa de reintegração de posse. Outro indígena, Cleiton França, conforme repetidos relatos dos indígenas por telefone, foi atropelado por uma caminhonete da PF. Ele quebrou a clavícula e está internado num hospital de Aquidauana (MS).
Os 3.500 Terena seguem na área retomada, alvo da reintegração de posse. Foram levados para a sede da Polícia Federal 15 indígenas presos durante a ação. A informação é baseada no levantamento dos próprios indígenas. Conforme o coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Flávio Vicente Machado a polícia iria liberar os presos depois de colher depoimentos.
Otoniel não quer consolo. "Deram um tiro no meu irmão que a bala varou o corpo. Destruiu tudo por dentro. Ele não teve chances de sobreviver". O indígena afirma que a polícia não negociou: "Chegaram atirando. Pensamos que era arma com bala de borracha. A terra é algo comprovada como nossa. São bandidos. Tudo culpa desse fazendeiro Ricardo Bacha. Ele disse que ia morrer gente e a palavra foi cumprida. Quero Justiça. Polícia matou meu irmão que deixou dois filhos e uma esposa", diz.
Conforme relato de indígena que preferiu não se identificar, Ricardo Bacha estava presente entre os policiais militares da Cigcoe, enquanto avançavam sobre os indígenas. "Nossas armas eram pedras e paus. Acontece que a polícia não permitiu a entrada de jornalistas e observadores. Ontem o delegado disse que ia nos notificar, mas não fez isso. Entraram matando; mataram meu irmão e eu quero justiça. Para começar, ficaremos na terra", frisa Otoniel.
O corpo de Oziel está sendo velado pelo povo Terena na aldeia Córrego do Meio, Terra Indígena Buriti. Será enterrado no território em que morreu, declarado indígena e ainda com áreas nas mãos de fazendeiros como Ricardo Bacha, ex-deputado estadual (PSDB) e ex-candidato a governador no estado do Mato Grosso do Sul.
Oziel: luta pela terra
Oziel Gabriel tinha 35 anos e morava na aldeia Córrego do Meio. Deixa uma esposa e dois filhos. Desde cedo lutava pela ocupação da terra tradicional do povo Terena, ao lado do avô. Há dois meses participou da retomada da Fazenda Santa Helena (Córrego do Meio), uma das áreas da Terra Indígena Buriti, declarada com 17.200 hectares, dos quais os Terena ocupam pouco mais de 1 mil.
"A esposa está muito chocada, à base de medicamentos. O filho está em desespero. Como faremos justiça? Quando vão punir quem mata índio? A terra é nossa e sempre foi", encerra Otoniel.
Fonte: www.cimi.org.br