domingo, 24 de novembro de 2013

Fim do Ano da Fé sob o signo de Pedro

Relíquias do primeiro Papa em exposição pública pela primeira vez

D.R.
Cidade do Vaticano, 23 nov 2013 (Ecclesia) – O Vaticano vai expor publicamente este domingo, pela primeira vez, as relíquias de São Pedro, o primeiro Papa da Igreja, numa iniciativa que se insere na celebração final do Ano da Fé, presidida por Francisco.
O relicário é uma pequena caixa em bronze de cerca de 30x10 centímetros, com a inscrição em latim ‘Ex ossibus quae in Arcibasilicae Vaticanae hypogeo inventa Beati Petri Apostoli esse putantur’ (Dos ossos vindos do hipogeu da Basílica do Vaticano, que são considerados do beato apóstolo Pedro).
As relíquias vão ser transportadas para diante da basílica por volta das 09h45 (menos uma em Lisboa), em procissão, antes de serem colocadas num pedestal junto ao altar, adianta o Departamento de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.
O relicário foi oferecido a Paulo VI em 1971 e desde então permanece na capela do apartamento papal do Palácio Apostólico do Vaticano.
A caixa vai estar fechada até ao início da missa, às 10h30 locais, e segundo o comunicado enviado à Agência ECCLESIA, deverá ser possível ver os oito fragmentos ósseos, através da transmissão televisiva.
A Basílica de São Pedro está construída por cima dos restos mortais do primeiro Papa, descobertos na segunda metade do século XX após trabalhos arqueológicos no subsolo.
Na necrópole do Vaticano foi encontrada a inscrição PETR[...] ENI[...]. interpretada com a frase “Pétr[os] enì” (Pedro está aqui, em grego) e ossos envoltos em tecido vermelho que testes químicos revelaram depois pertencer a um homem que tinha morrido entre os 60 e 70 anos de idade, no século I da era cristã.
A inscrição traçada num ‘grafitti’, sobre gesso vermelho (ver foto) é considerada como testemunho da devoção a São Pedro no local em que hoje se encontra edificada a Basílica.
As escavações foram promovidas por Pio XII (Papa entre 1939-1958) e permitiram identificar o túmulo de São Pedro, que permaneceu inacessível durante quase dois mil anos.
O site oficial da Santa Sé apresenta-o como uma “modesta sepultura”, “uma pequena cavidade escavada na colina sul do Vaticano, precisamente diante do circo, que foi palco das ferozes perseguições contra os cristãos na época do imperador Nero (54-68)”.
Além da inédita exposição das relíquias de São Pedro, a missa conclusiva do Ano da Fé – que se iniciou em outubro de 2012, por iniciativa do Papa emérito Bento XVI – vai contar com a entrega simbólica da nova exortação apostólica de Francisco, ‘Evangelii gaudium’ (a alegria do Evangelho).
De forma simbólica, o texto que vai ser apresentado publicamente na terça-feira será entregue a um bispo, a um sacerdote e um diácono (vindos da Letónia, Tanzânia e Austrália).
Entre as 36 pessoas vindas dos cinco continentes que vão receber a exortação estarão religiosas, seminaristas, catequistas, uma família, catequistas, um cego (que vai receber uma versão em CD), jovens, confrarias e movimentos eclesiais, para evocar cada evento do Ano da Fé que decorreu no Vaticano.
Além destes representantes, a Santa Sé decidiu convidar dois jornalistas e dois artistas, o escultor japonês Etsuro Sotoo e a pintora polaca Anna Gulak, para evidenciar “o valor da beleza como forma privilegiada de evangelização”.
A missa final do Ano da Fé vai ter ainda um peditório em favor da população das Filipinas, atingida pelo furacão Haiyan.
OC

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