domingo, 31 de agosto de 2014

Bombeiros resgatam filhotes de puma em incêndio nos EUA

 Atualizado em 31/08/2014 11h44

Animais estavam sob tronco em chamas quando foram encontrados.

Bombeiros chamaram helicóptero para auxiliar no resgate em floresta.

Do G1, em São Paulo
Bombeiras seguram filhotes de puma resgatados durante combate a incêndio em floresta em Montana, nos EUA (Foto: Bitterroot National Forest/AP)Bombeiras seguram filhotes de puma resgatados durante combate a incêndio em floresta em Montana, nos EUA (Foto: Bitterroot National Forest/AP)
Bombeiros de Montana, nos Estados Unidos, resgataram dois filhotes de puma que estavam escondidos sob um tronco pegando fogo durante um incêndio na Floresta Nacional de Bitterroot.
A equipe combatia as chamas na última sexta-feira (29) quando ouviu o barulho dos animais vindo de baixo de um tronco que estava queimando.
O fogo impediu a aproximação dos bombeiros, que tiveram que chamar um helicóptero para ajudar no resgate. A aeronave derrubou água no local, contendo as chamas.
Os animais ensopados saíram do troco após o fogo ser extinto. O porta-voz do parque disse estimar que os animais tenham apenas algumas semanas de vida.
Animais se esconderam sob tronco em chamas durante incêndio (Foto: Bitterroot National Forest/AP)Animais se esconderam sob tronco em chamas durante incêndio (Foto: Bitterroot National Forest/AP)

Área da Copa do Povo, em Itaquera, é desocupada por integrantes do MTST

Atualizado em 31/08/2014 15h27

Em julho, grupo havia se comprometido a deixar o terreno na capital paulista.

Após acordo, serão construídas 2,6 mil apartamentos populares no local.

Do G1 São Paulo
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) desocupam um terreno em Itaquera, zona leste da capital, conhecido como "Copa do Povo" durante a manhã deste domingo (Foto: Rafael Arbex/Estadão Conteúdo)Integrantes do MTST desocupam área conhecida como Copa do Povo (Foto: Rafael Arbex/Estadão Conteúdo)
O terreno conhecido como Copa do Povo, em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, foi desocupado na manhã deste domingo (31) por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Em julho, o MTST assumiu o compromisso, em audiência de conciliação na 3ª Vara Cível de Itaquera, de deixar o terreno em até 45 dias.

O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, disse ao G1 na época que o movimento concordou em desocupar a área mediante o compromisso de todas as esferas de viabilizar a construção de cerca de 2,6 mil apartamentos populares no mesmo local. Ele ressaltou que a saída do grupo é necessária porque a Caixa Econômica Federal não pode comprar uma área ocupada.
No acordo, a empresa dona da área também se comprometeu a firmar opção de compra e venda no prazo de 30 dias. Após a desocupação neste domingo, os integrantes do movimento fizeram uma passeata até a Arena Corinthians. De acordo com a Polícia Militar, duas mil pessoas caminharam até o estádio em Itaquera.
Empreendimento
O empreendimento habitacional no terreno da Copa do Povo contará com recursos federais do programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV) com complemento de subsídio do governo estadual e da Prefeitura de São Paulo. Em maio, às vésperas da abertura da Copa do Mundo em Itaquera, a  presidente Dilma Rousseff visitou o estádio e recebeu representantes do MTST.
Na ocasião, ela prometeu atender, por meio do Ministério das Cidades, as reivindicações dos manifestantes por construção de moradia na ocupação. Em junho, a Câmara de Vereadoresaprovou um projeto de lei que tratava da regularização da ocupação Copa do Povo.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), sancionou com vetos a lei, que possibilita a construção da habitação popular. O texto original do projeto foi redigido em meio a negociações realizadas pouco antes da aprovação da revisão do Plano Diretor.
A partir da sanção da lei, criam-se condições legais para a construção de moradias populares no terreno ocupado: a Prefeitura ou o governo federal podem incluir o terreno e seus invasores em programas habitacionais. Os sem-teto pretendem que a construção de moradias ocorra pelo Minha Casa, Minha Vida Entidades.
Integrantes do MTST comemoram aprovação da lei do Copa do Povo (Foto: Roney Domingos/G1)Integrantes do MTST comemoram aprovação da lei do Copa do Povo (Foto: Roney Domingos/G1)

Francisco será o primeiro Papa a visitar terras tamis

Colombo, 31 ago (SIR) – Durante sua viagem ao Sri Lanka, programada para os dias 13 e 15 de janeiro de 2015, Francisco visitará o santuário de Nossa Senhora de Madhu e se tornará o primeiro papa da história a pisar em território de maioria tâmil.

A área enfrentou décadas de guerra civil e o santuário esteve entre o fogo cruzado entre os separatistas tamis e o exército cingalês na luta que opunha os primeiros em busca da independência e o governo de Colombo em defesa da integridade da nação. Ainda não foi publicado o programa oficial da visita, mas o card. Malcolm Ranjith confirmou a visita do Pontífice a Madhu.

 Com toda probabilidade, Papa Francisco deverá celebrar a missa de reconciliação do País que ainda sofre com as graves feridas da guerra civil e entregar nas mãos de Nossa Senhora o futuro da nação, para que possa conhecer novamente a paz e superar as tentações de divisão inter-religiosa e interétnica.

 
SIR

Pacientes com câncer continuam fumando

 |  domtotal.com

Cigarro é válvula de escape de grande parte dessas pessoas ao lidar com situações difíceis.

Levantamento feito pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) com pacientes da instituição mostra que 65% dos pacientes fumantes não conseguem largar o cigarro mesmo após receber o diagnóstico da doença. O coordenador de Apoio ao Tabagista do instituto, Frederico Fernandes, disse que o resultado da pesquisa foi surpreendente. “Nós imaginávamos, justamente, que uma pessoa que fumasse, na hora de receber o diagnóstico de câncer ficasse motivada a parar, pelo fato de ter desenvolvido uma doença relacionada ao tabagismo”, ressaltou em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o médico, apesar da vontade dos pacientes de largar o tabaco, o vício é muito forte. “Quando a gente conversa com esses pacientes, vemos que eles têm vontade, estão motivados, mas, pelo fato de ter um nível alto de dependência da nicotina, não conseguem parar ou reduzir”, contou.

A situação se agrava, de acordo com Fernandes, pelo fato de o cigarro ser uma válvula de escape de grande parte dessas pessoas ao lidar com situações difíceis. “E, muitas vezes, quando a pessoa recebe um diagnóstico como esse, acentua os traços de ansiedade. Com isso, ela acaba não conseguindo largar o cigarro por não conseguir canalizar a ansiedade contra a doença em outra coisa”, explica o médico.

Além de ser um fator que contribui para o surgimento do câncer, Fernandes destaca que o cigarro pode atrapalhar o tratamento. “Alguns tipos de quimioterapia têm menor eficácia quando a pessoa continua fumando e recebendo o tratamento”, enfatiza. Fumar também interfere na cicatrização e recuperação de cirurgias. “Se uma pessoa é submetida a uma cirurgia, parando de fumar ela tem uma cicatrização melhor e um pós-operatório menos complicado”, acrescenta.

Há ainda, segundo o médico, o problema da fragilização do sistema respiratório. “Uma das principais complicações que ocorrem no tratamento de câncer são as infecções respiratórias. E a pessoa que fuma tem chance maior de contrair uma infecção durante o tratamento do câncer”.

Por isso, o Icesp montou uma equipe para apoiar os pacientes que querem deixar o cigarro. “Nós temos uma equipe multiprofissional, composta por psicólogos, enfermeiros, nutricionistas e médicos, que vai dar um tratamento baseado tanto em medidas comportamentais, quanto em medicações, para tentar diminuir o vício”, detalha Fernandes.

Uma das principais linhas de atuação do grupo é, justamente, ajudar os fumantes a lidar com a ansiedade sem o tabaco. “Ensinar como lidar com as situações de problema, com o stress do dia a dia, sem precisar recorrer ao cigarro, coisa que muitos deles estão acostumados a recorrer desde a adolescência”, explica o médico.
Agência Brasil

COLUNA - Regina Marshall: “Francisco, um sinal para o mundo”

Diário do Nordeste, 14.08.2014
Escritos - Comentário:
Nosso agradecimento ao Padre Francisco Geovane Saraiva Costa pelo envio do belíssimo livro “Francisco - Um sinal para o mundo”. Ele também foi o idealizador do livro em homenagem a Dom Aloísio Lorscheider, “A Ternura de um Pastor”.

Sagrado - comentário:
02.07.2014
Livro "Francisco, um sinal para o mundo", poderá ser encontrado na Igreja Redonda, na Parquelândia, livrarias da Faculdade Católica e da Diocesana Ltda, Cachoeiro de Itapemirim -ES, Carmelo Santa Teresinha e www.Amazon.Com. Também pode ser adquirida pelos fones: (85) -3223-8785 / 9981-1056 e pelas redes. Sociais

Sensibilidade - 23.06.2014
O padre salesiano João Carlos Ribeiro afirmou no prefácio do livro "Sonhos e Utopias", do padre Geovane Saraiva: "Havia tanta emoção nas palavras da consagração que dom Helder Câmara chorava ao celebrar a missa. E repetia com toda convicção que o verdadeiro celebrante é o Nosso Senhor Jesus Cristo".

O som da metralha

Dapieve: repertório das duas grandes guerras (Dapieve: repertório das grandes guerras (Dapieve: Lembranças das grandes guerras (U.S National Archives)))
Um repertório bélico reúne lembranças das duas grandes guerras mundiais

Arthur Dapieve
Arthur Dapieve Foto: O Globo
O mês que se encerra deu início a um período singular para quem se interessa pelas duas guerras mundiais. Vai de 12 de agosto deste ano — centenário da invasão da Sérvia pelo Império Austro-Húngaro — a 9 de agosto do ano que vem — septuagésimo aniversário da bomba jogada pelos EUA sobre Nagasaki. É como se esses 362 dias comprimissem todas as lembranças da Primeira e da Segunda Guerras.


Aliás, há quem fale num único conflito 1914-1945, ou seja, numa única grande guerra mundial com uma trégua de 21 anos no meio. Presente à Conferência de Versalhes, Lorde Keynes anteviu que uma segunda guerra surgiria de dentro da primeira por causa das sanções econômicas impostas à Alemanha. Além de programas de TV, filmes, livros e reportagens, a música também permite rememorar as duas guerras.

Não é difícil organizar um repertório bélico. Dele podem constar, por exemplo, as duas sinfonias em que Villa-Lobos celebrou a participação brasileira na Primeira Guerra e as três sinfonias que Shostakovich estreou durante a Segunda Guerra, em particular aquela dedicada à sua cidade natal, a sitiada Leningrado. Podem constar a big band de Glenn Miller, desaparecido num voo sobre o Canal da Mancha em 1944, ou a cantora popular Vera Lynn, citada na ópera-rock “The wall”, do Pink Floyd. Graças a Roger Waters muita gente se lembra de Dame Vera Lynn, que está viva, aos 97 anos.

Há ainda trilhas prontas para consumir. Em 2011, já no embalo do centenário de início da Primeira Guerra, o barítono Simon Keenlyside e o pianista Malcolm Martineau gravaram “Songs of war” para a Sony. O CD levou o prêmio da revista “Gramophone” na categoria vocal solo. Onze de suas 29 canções em língua inglesa foram compostas por George Butterworth entre 1911 e 1912, a partir dos poemas de “A Shropshire lad”, de A.E. Housman, publicados no final do século anterior. Seu pessimismo calou fundo em 1914. Na delicada “The lads in their hundreds”, os personagens são centenas de rapazes “que nunca ficarão velhos”. Butterworth também nunca ficou velho: morreu na Batalha do Somme, em 1916, aos 31 anos. Seu corpo jamais foi identificado.

A música que mais me impressionou no CD de Keenlyside e Martineau, porém, foi composta por outro inglês, Gerald Finzi, sobre um poema de Shakespeare. Chama-se “Fear no more the heat o’ the sun” e já surge como uma canção, entoada por Guidério e Arvirago no quarto ato de “Cimbeline”, durante o funeral do príncipe inimigo Cloten. É uma comovente — e, em se tratando de Shakespeare, irônica — oração por um guerreiro.

Na tradução de Barbara Heliodora, a primeira estrofe diz: “Não temas do sol o calor/ E nem os ventos do inverno,/ Findo na terra o teu labor/ No lar terás salário eterno./ Nem a beleza e nem dinheiro/ É mais no pó do que o lixeiro.” O próprio Finzi posteriormente fez uma versão orquestral, mas apesar de toda aquela força dramática das cordas, o barítono e o piano passam melhor a solidão de cada morte.

“Fear no more the heat o’ the sun” faz parte de “Let us garlands bring”, ciclo de cinco canções extraídas por Finzi das peças “Os dois cavaleiros de Verona”, “Noite de reis” (duas) e “Como quiserem”, além de “Cimbeline”. Finzi as escreveu entre 1929 e 1942. Seus temas são amor e morte. O compositor conhecia de perto essa combinação. Perdeu muitos entes queridos antes de completar 18 anos. O pai se foi em 1909. Um irmão morreu de pneumonia em 1912. Outro irmão se suicidou em 1913. O terceiro morreu na guerra em 1918. No mesmo ano, também em ação, foi morto Ernest Farrar, seu primeiro professor de música. Logo, suas obras são de uma enorme melancolia.

Finzi não foi o único a musicar as letras de Shakespeare para as canções das peças (diferentemente das criações populares citadas aqui e ali, as dele eram cantadas na íntegra). Muitos as musicaram, sim, desde os tempos do dramaturgo. Sobrevivem 11 dessas versões renascentistas. Contemporâneo de Finzi, Roger Quilter compôs quatro ciclos de canções de Shakespeare. Sua versão para “Fear no more the heat o’ the sun” está no segundo deles, opus 23, publicado em 1921. É uma bela música, sim, mas a versão de Finzi costuma ser a preferida, inclusive por mim. Os estilos são bastante distintos. Finzi é mais “romântico”, solene; Quilter, mais “renascentista”, sereno.

Em junho, a soprano Anna Prohaska e o pianista Eric Schneider lançaram pelo selo Deustche Grammophon o CD “Behind the lines”, título que faz um trocadilho entre as linhas de uma pauta musical e as linhas inimigas. Eles preferiram gravar a “Fear no more the heat o’ the sun” de Quilter. As 25 canções são cantadas em quatro idiomas: inglês, alemão, francês e russo — “Polyubila ya na pecal’ svoyu”, de Rachmaninoff, está entre os pontos altos do disco. Elas são mais variadas estilisticamente por se espraiarem do renascentista Michael Cavendish ao contemporâneo Wolfgang Rihm, passando por Beethoven, Schubert e Mahler, entre outros. Vão aí quatro séculos de música, pois as guerras são mais características da “natureza humana” do que a paz.


http://oglobo.globo.com/cultura/o-som-da-metralha-13762576

Uso exagerado das 'telinhas' pode insensibilizar crianças

 Atualizado em 31/08/2014 09h38

Estudo indica que jovens que passam muito tempo com aparelhos digitais têm capacidade de empatia reduzida.

Da BBC
Estudo questiona uso excessivo de tablets e celulares por crianças (Foto: Thinkstock)Estudo questiona uso excessivo de tablets e celulares por crianças (Foto: Thinkstock)

Um estudo da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, indica que o uso exagerado de equipamentos digitais pode atrapalhar a capacidade de crianças em reconhecer emoções de outras pessoas.
Pesquisadores do departamento de psicologia observaram 105 alunos de 11 e 12 anos, divididos em dois grupos, e perceberam que depois de cinco dias sem acesso às telas de celulares, tablets ou televisores, eles passaram a identificar emoções muito melhor.
No estudo publicado na revista especializada Computers in Human Behaviour os psicólogos afirmam que o efeito da mídia digital pode ser muito mais danoso que se imagina.
"Muitos olham para os benefícios da mídia digital na educação, mas não há muitos que estudam o custo disso", afirmou uma das autoras da pesquisa, Patricia Greenfield.
"Sensibilidade reduzida diante de sinais emocionais, ou uma certa perda da capacidade de entender as emoções dos outros, é um deles", disse.
Ela diz ainda que a troca da interação interpessoal pela interação via telas parece estar reduzindo o "traquejo social".
Os alunos da rede pública californiana foram separados em dois grupos: 51 passaram cinco dias no Instituto Pali, um acampamento para ciência e natureza cerca de 110km a leste de Los Angeles, enquanto os outros 54 continuaram em sua escola em Los Angeles (eles também passaram cinco dias no acampamento depois do estudo).
O acampamento não permite o uso de equipamentos eletrônicos, o que muitos alunos acharam difícil nos primeiros dias. No entanto, a maioria se adaptou à situação rapidamente.
No início do estudo, ambos os grupos tiveram avaliada a capacidade de reconhecer emoções em outras pessoas através de fotos e vídeos.
Depois de cinco dias no Instituto Pali, os 51 alunos apresentaram uma melhora significativa nesta capacidade.
Já os que continuaram imersos nas "telinhas" não tiveram grande melhora.
"Não se pode aprender a ler sinais não-verbais a partir de uma tela da mesma forma que se aprende na comunicação cara a cara. Sem essa prática, perde-se importantes habilidades sociais", disse outra autora do estudo, Yalda Uhls.
O conselheiro do governo britânico para questões de infância, Reg Bailey, também recentemente criticou o uso excessivo de equipamentos eletrônicos.
Para ele, os pais estão deixando as "telas assumirem o controle" e recomendou que as famílias passassem mais tempo conversando.
Bailey afirmou que as famílias deveriam considerar "refeições sem-telinhas" para estimular o contato pessoal.

Deus sempre nos perdoa, diz papa via Twitter

31/08/2014  |  domtotal.com


O papa Francisco disse nesse sábado, dia 30, que "o senhor sempre nos perdoa e sempre nos acompanha".    Em sua conta no Twitter (@Pontifex_pt), ele ainda apontou que "cabe a nós deixar-nos perdoar e deixar-nos acompanhar" por Deus.

A conta oficial do Pontífice superou a cifra de 15 milhões de seguidores. Ele tem contas na rede social nos idiomas Espanhol, Italiano, Português, Francês, Latim, Polonês, Alemão e em Árabe.
Ansa

Seminário aborda organizações religiosas e o Estado laico

Brasília, 31 ago (CNBB) - "Organizações religiosas e o Estado laico: contribuições e desafios". Este é o tema do 3º Seminário Relações Estado e Sociedade, que ocorrerá nos dias 1º e 2 de setembro, no Instituto São Boa Ventura, em Brasília (DF). Trata-se de uma iniciativa do Coletivo Inter-Religioso para a Relação Estado e Sociedade e que reunirá lideranças convidadas pela organização. 


Dois painéis marcam o Seminário: "Visão internacional do Estado laico e sua percepção no Brasil", com a presença do bispo auxiliar e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, e do professor Silvio Fauto Gil Filho; e "Estado laico e organizações religiosas entre o discurso e a prática", com assessoria do juiz Roberto Arriada Lorea e da representante do Instituto de Estudos da Religião (ISER), Cristina Vital.

O seminário tem como objetivos fazer memória do processo de elaboração do Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil, aperfeiçoar as propostas das Organizações Religiosas para o marco legal e analisar a atuação das Organizações Religiosas.

Coletivo Inter-Religioso
A finalidade do coletivo inter-religioso é atuar de forma organizada, com identidade própria, na relação cooperativa entre religiões e Estado; no diálogo e articulação permanente entre as instituições religiosas e o Governo, bem como com outros grupos já constituídos e que atuam na melhoria do ambiente regulatório por um Estado de Direitos. O caráter inter-religioso e ecumênico é uma das características importantes para os representantes das instituições congregadas neste coletivo.

Contato: www.interreligioso.org.br ou pelo e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo." style="line-height: 1.3em; text-align: justify;">coletivointerreligioso@gmail.com

 
SIR

Muito triste ver cristãos "diluídos", sal que perdeu o sabor

sal terra

Cidade do Vaticano, 31 ago (SIR) - O cristão está chamado a viver bem inserido no mundo, mas sem ser “mundano”. O risco é que o sal perca o seu sabor, que percamos a carga de novidade que nos vem do Senhor e do Espírito Santo. - Recordou-o Papa Francisco neste domingo (31) ao meio-dia, na Praça de São Pedro, comentando o Evangelho da liturgia dominical, em que Jesus repreende severamente o Apóstolo por ele “pensar segundo os homens, não segundo Deus” e, portanto, sem dar por ela, estar da parte de satanás, o Tentador.

Também São Paulo, na segunda leitura, exorta os cristãos de Roma a “não se conformarem com este mundo, mas a deixarem-se transformar, renovando o seu modo de pensar, para poderem discernir a vontade de Deus”. De fato, nós cristãos vivemos no mundo, plenamente inseridos na realidade social e cultural do nosso tempo, e é justo que assim seja; mas isto comporta o risco de nos tornarmos mundanos, o risco de que “o sal perca o seu sabor”… que o cristão se dilua, perca a carga de novidade que lhe vem do Senhor e do Espírito Santo. Ora deveria ser o contrário – prosseguiu o Papa, observando que “quando nos cristãos permanece viva a força do Evangelho, essa pode transformar (como dizia Paulo VI) “os critérios de juízo, os valores determinantes, os pontos de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras, os modelos de vida” (Evangelii nuntiandi).

Portanto é necessário renovarmo-nos continuamente, alimentando-nos da linfa do Evangelho. Mas como conseguir isso, na prática? – interrogou-se o Papa, sugerindo, antes de mais, a leitura e a meditação quotidiana do Evangelho, de tal modo que a palavra de Jesus esteja sempre presente na nossa vida… E também a participação na Missa dominical, para uma pessoa se encontrar com o Senhor na comunidade, escutando a sua Palavra e recebendo a Eucaristia que nos une a Ele e entre nós. Muito importantes também – lembrou Francisco – dias de retiro e os exercícios espirituais… Evangelho, Eucaristia, oração: é graças a estes dons do Senhor que nos podemos conformar, não ao mundo, mas a Cristo, seguindo-o no seu caminho, a via do perder a própria vida para a encontrar. Perdê-la no sentido de doá-la, oferecê-la por amor e no amor… Doar assim a vida – concluiu o Papa – comporta o sacrifício, a cruz, para a receber novamente - purificada, libertada do egoísmo e da hipoteca da morte, plena de eternidade.

Nas saudações conclusivas, já depois da recitação do Ângelus, o Papa recordou que nesta segunda-feira (1º) se celebra, em Itália, a Jornada para a proteção da natureza criada, tendo desta vez como tema “Educar para a defesa da criação, para a saúde das nossas aldeias e das nossas cidades”…
Faço votos de que reforce o empenho de todos – instituições, associações e cidadãos – para que se salvaguarda a vida e a saúde das pessoas, respeitando também o ambiente e a natureza.
O Santo Padre saudou os parlamentares católicos, reunidos – disse - no seu quinto Encontro Internacional, encorajando-os a viver o delicado papel de representantes do povo, em conformidade com os valores do Evangelho.
Antes de se despedir, o Papa pediu, como sempre, que se reze por ele e a todos desejou bom domingo e… bom almoço…


 
SIR

'Peço a Deus que não sejamos daqueles que escondem os talentos'

Aparecida, SP, 31 ago (SIR/A12) - O Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ,) Dom Orani João Tempesta, presidiu nesse sábado (30) a Santa Missa no Santuário Nacional às 9h, a celebração acolheu a romaria da Arquidiocese do Rio. No início da celebração o Arcebispo apresentou algumas intenções de oração, como os 275 anos do Seminário São José do Rio de Janeiro, pelo ano da Caridade e pelos fiéis da Arquidiocese que vieram em 1500 ônibus do Rio Janeiro para a romaria a Aparecida (SP).

Em sua homilia dom Orani abordou o evangelho do dia “Mt 25, 14-30” que compara o reino dos céus com o homem que ao viajar confia seus bens ao empregados. O cardeal destacou a missão dos católicos em multiplicar os talentos que Deus confia às pessoas. “O Senhor nos deu um trabalho, essa missão que se sucede, e cada um é responsável em responder por essa missão cada uma com um talento, dois talentos etc. Nós viemos aqui hoje justamente para pedir ao Senhor, através das mãos maternais de Maria, que essa missão, importante para o mundo e para vida das pessoas, nós estejamos empenhados em fazer”, disse.

Dom Orani pediu que a missão da Igreja seja assumida por todos os fiéis. “Eu só peço a Deus que nenhum de nós seja daqueles que escondem os talentos e não os multiplicam. Porque é importante para as pessoas e para o mundo, essa missão confiada à Igreja, confiada a nós pelo Senhor. Ele colocou em nossas mãos, esse trabalho essa missão. Agradeço a Deus por ver isso acontecer, quantas pessoas ter multiplicado os talentos e poder fazer acontecer o reino de Deus”, agradeceu.

Pedindo a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, o cardeal conclui pela continuidade da missão da Igreja realizada pelo trabalho dos fiéis que se colocam disponíveis às coisas de Deus. “Aqui estão aqueles que querem acolher o trabalho, a missão, os interesses do reino de Deus. Pedimos por intercessão de Maria que nós continuemos a fazer nossa missão, a cumpri-la a ver como o senhor nos capacita para poder levar adiante. Por isso nossa Ação de Graças. Mesmo no meio de tanta injustiça e situações que cortam os nossos corações sabemos que é grande o trabalho, pedimos que Deus nos capacite, ainda mais, para continuar fazendo em nossas capelas, paróquias, vicariatos e toda a arquidiocese nos coloquemos com e como Maria, “Eis aqui aquele(a) que quer servir o Senhor”, que se cumpra o plano de Deus em Nossa vida e através de nós também em nossa missão em nossa cidade”, encerrou. A Romaria do Rio de Janeiro trouxe cerca de 60 mil fiéis, os bispos auxiliares e todo clero diocesano.


 
SIR

Filme aborda temas sérios de forma superficial

O filme se contenta com clichês sobre personagens.

Por Alysson Oliveira

Estrangeiro muda para uma pequena cidade no sul da França e seus pratos exóticos começam a fazer sucesso, alterando a dinâmica do pequeno vilarejo e incomodando a elite local. Para o diretor Lasse Hallström, aparentemente, contar essa história apenas uma vez não é suficiente. “Chocolate” não bastou, agora ele dirige “A 100 Passos de um Sonho”.
A trama é basicamente a mesma do filme estrelado por Juliette Binoche, com algumas diferenças. A maior delas é que aqui o diretor, trabalhando com roteiro assinado por Steven Knight, adaptado do romance de Richard C. Morais (no Brasil chamado de “A viagem de 100 passos”), quer falar do caldeirão cultural do mundo globalizado.
Mas é aí que o crème brûllée - para usar uma metáfora culinária rasteira -, passa do ponto, pois as soluções que o filme encontra para a harmonia numa França contaminada por movimentos de extrema direita e xenofóbicos são para lá de ingênuas. Há também tumultos políticos na Índia, descritos como “uma eleição ou outra”.
Não que algo disso seja o tema do filme, pelo contrário. As questões vem à tona apenas em um momento, e é como se o diretor pedisse desculpa por falar disso – sem nunca, é claro, nomear a questão. Assim, “A 100 Passos de um Sonho” se limita em ser quase duas horas de programa culinário, sem dar as receitas. Hallström se contenta com as obviedades das metáforas culinárias e o poder transcendental da comida unindo culturas.
É de se lamentar, no entanto, que o filme se contente com isso, pois parte de bons personagens e atores. Ao centro, como narrador e protagonista, está o jovem Hassam (Manish Dayal), cuja família foge da Índia e se instala na Europa, meio que por acaso nesse pequeno vilarejo, cujo único restaurante tem uma estrela do conceituado guia Michelin (a ponto de atrair políticos importantes) e é dirigido com pulso firme por Madame Mallory (Helen Mirren).
Hassam é filho do teimoso Papa Kadam (Om Puri), que abre um espalhafatoso restaurante indiano bem em frente ao estabelecimento da francesa. Ele conta com o talento culinário de seu filho e a ajuda dos outros três para tocar o lugar, mas encontra na vizinha uma inimiga e sabotadora.
Então, o filme se contenta com clichês sobre personagens: franceses são esnobes, as porções são mínimas; indianos, alegres e cozinham abundantemente etc. Além disso, há também o envolvimento amoroso de Hassam com Margueritte (Charlotte Le Bom), a sous chef do restaurante francês que aspira à posição principal dentro da cozinha – mas, no filme, as posições centrais parecem caber apenas aos homens.
Ao final, não é de se espantar encontrar os nomes de Oprah Winfrey e Steven Spielberg como produtores do filme. “A 100 Passos de um Sonho” é exatamente o tipo de história que a apresentadora gosta – de superação com uma profundidade falsa – e Spielberg providencia o lado “diversão para toda a família”. E aí estão as raízes de alguns dos maiores problemas nesse filme, que fazem dele um passatempo mediano e previsível.

Clique aqui e confira o trailler e onde o filme está em cartaz!
Reuters

Israel deteve quase 600 palestinos em agosto

Desde meados de julho, mais de 2.000 palestinos foram detidos.

As forças israelenses detiveram em agosto 597 palestinos na Cisjordânia ocupada e em c Oriental, o que eleva a mais de 7.000 o número de palestinos detidos nas prisões do país, informou o Clube de prisioneiros palestinos.A maioria das prisões ocorreram em Jerusalém Oriental e na cidade de Hebron, no sul da Cisjordânia, disse em um comunicado o Clube, com sede em Ramallah.
Muitos palestinos foram detidos durante manifestações de apoio aos habitantes da Faixa de Gaza, contra a qual Israel realizou uma ofensiva sangrenta com o principal objetivo de destruir o arsenal do movimento islamita Hamas, no poder neste território.
Desde meados de julho, mais de 2.000 palestinos foram detidos, afirma o Clube.
Três jovens israelenses foram sequestrados em junho e dias depois seus cadáveres foram encontrados.
AFP

Padre brasileiro fala sobre o catolicismo na Coreia

Aparecida, SP, 31 ago (A12/SIR) - Cinco meses depois de se mudar para a República da Coreia com o objetivo de aprimorar o idioma, Padre Daniel Hayang Lim Koo, vigário da Paróquia Nossa Senhora do Carmo na Arquidiocese de São Paulo, testemunhou de perto a visita do Papa Francisco à nação asiática entre os dias 13 e 18 de agosto.

O país de maioria budista tem apenas 10,7% de cristãos católicos, mas segundo padre Koo, “há um grande sentimento de respeito e fraternidade entre os budistas e católicos, tanto por parte dos fiéis quanto por parte dos seus líderes”. Nesta entrevista concedida ao A12.com, o sacerdote de ascendência coreana relata um pouco de sua experiência no país que possui 35 bispos e 4.261 sacerdotes, distribuídos em 1.673 paróquias.
 
A12 - O que o levou a partir para a Coreia e quando pretende voltar ao Brasil?
Padre Koo - Quando estava exercendo o ministério como Vigário no Brasil, comecei um trabalho junto ao povo coreano que morava nos arredores da paróquia. Tal trabalho consistia de Missa mensal em coreano, atendimento e confissões, bênção de casas e também casamentos. Durante este trabalho, percebi que o meu coreano não estava adequado suficientemente para um trabalho pastoral mais sério, o que me levou a buscar aprender o coreano de forma mais fluente e adequada. Assim, obtive a licença de Dom Odilo Scherer para fazer este curso na Coreia, fato que agradeço imensamente e sem o qual não poderia estar aqui. Ficarei aqui na Ásia até fevereiro de 2015, quando retorno para São Paulo.
 
A12 - Como é a comunidade em que atua? Quais são as atividades pastorais realizadas?  
Padre Koo - Como estou aqui para estudar, não pude participar ativamente de nenhuma atividade pastoral, mas ajudo nas missas universitárias, em uma paróquia perto do convento, onde celebro missas, e em um convento de irmãs distante de Seul, na área rural, e também nas confissões. Estou residindo em um convento franciscano em Seul, e participo então das atividades desta comunidade. Eles desenvolvem um trabalho junto com algumas paróquias, possuem também várias pastorais que envolvem não somente católicos, mas também leigos de outras religiões, além de possuírem um curso de teologia para leigos. Também tenho ajudado um convento de freiras que exercem um dificílimo, mas necessário, trabalho junto aos idosos, onde administram um bonito Centro para a Terceira idade. Há assistência médica, centro de convivência, formação espiritual e catequese, além de exercerem, quem pode, trabalhos de ajuda comunitária e social.
 
A12 - Tem tido contato com brasileiros?
Padre Koo - Tenho encontrado alguns brasileiros na Universidade em que estou estudando coreano, e também nas missas universitárias, mas todos eles são estudantes de língua coreana.
 
A12 - Como é o catolicismo neste local? Os católicos são hostilizados por serem minoria?  
Padre Koo - O catolicismo aqui na Coreia está bem incrustado na história do povo coreano. Apesar de serem minoria, eles exerceram grandes trabalhos, especialmente nos momentos mais críticos da história do povo coreano, durante a ditadura militar em 1960-1980, e também durante a ocupação militar japonesa na 2ª Guerra Mundial, além de estarem envolvidos na ajuda constante aos coreanos que vivem na Coreia do Norte. O grande protagonismo da Igreja aqui na Coreia vem dos seus leigos que atuam vivamente na política e também nas atividades sociais e de reivindicações junto ao povo para assuntos de justiça social e paz. A história da Igreja aqui na Coréia começa exatamente no protagonismo dos leigos que vão buscar a fé fora do país, movidos tão somente pela fé despertada na leitura dos livros sobre o catolicismo e pela Bíblia em chinês. Vão então à China buscar saber exatamente como deve se vivenciar a fé católica de maneira correta, e somente então trazem os primeiros missionários, que já encontram uma Bíblia traduzida para a língua local. Encontram a perseguição por parte do governo da época e o subsequente martírio. Assim nasce a Igreja na Coreia, que vê dentre os seus, um jovem assíduo na fé, se tornar o primeiro padre desta comunidade, e lidera esta comunidade até o seu martírio com apenas 24 anos. Portanto, desde o século XVII, a Igreja possui uma história que se enraíza junto à história do povo coreano, de forma que, apesar de ser minoria, são extremamente respeitados e possuem um alto grau de participação e transformação na história do povo coreano. Hoje, apesar de a grande maioria ser de protestantes e budistas, não há hostilidade por parte do povo, que possui uma história de participação e atuação conjunta com a Igreja. Aliás, há um grande sentimento de respeito e fraternidade entre os budistas e católicos, tanto por parte dos fiéis quanto por parte dos seus líderes.  
 
A12 - O que mudou com a visita do Papa Francisco, há cerca de 15 dias?
 
Padre Koo - A visita do Papa Francisco transformou a visão do povo sobre a Igreja aqui - um pouco esquecida, e também distraídos com uma vida voltada ao materialismo. A Igreja teve a sua voz ouvida e o seu rosto conhecido através do carinho e mensagens do Papa, pelas quais o povo coreano ganhou grande alegria e consolo para as suas dores. É um momento em que a sociedade coreana enfrenta grandes problemas relacionados à sua juventude e à vida espiritual, que hoje parece estar relegada ao segundo plano. Os coreanos puderam ver que há algo mais do que números e metas econômicas, que a vida possui um valor incalculável, e uma luz se acende para um futuro onde há algo pelo qual vale a pena sacrificar a sua vida inteira.
SIR

Aprendendo o caminho do coletivo

Enquanto o individualismo conduz o ser humano à perdição, a generosidade o leva à salvação.

Por José Antonio Pagola*

O ditado está registrado em todos os evangelhos e se repete até seis vezes: “Se alguém quer salvar a sua vida a perderá, mas quem a perde a encontrará por mim”. Jesus não está falando de uma temática religiosa. Ele está propondo aos seus discípulos qual é o verdadeiro valor da vida.

O ditado está expresso de forma paradoxal e provocativa. Há duas formas muito diferentes de orientar a vida: uma conduz para a salvação, a outra para a perdição. Jesus convida todos a seguir o caminho que parece mais duro e menos atrativo, pois conduz o ser humano à salvação definitiva.

O primeiro caminho consiste em se aferrar a vida vivendo exclusivamente para si mesmo: fazer do próprio “eu” a razão última e o objetivo supremo da existência. Esse modo de viver, buscando sempre a própria ganância e vantagem, conduz o ser humano à perdição.

O segundo caminho consiste em saber perder, vivendo como Jesus, abertos ao objetivo final do projeto humanizador do Pai: saber renunciar à própria segurança ou ganância, buscando não somente o próprio bem, mas também o dos outros. Esse modo generoso de viver conduz o ser humano à sua salvação.

Jesus está falando desde sua fé num Deus Salvador, mas suas palavras são uma forte advertência para todos: Que futuro espera uma Humanidade dividida e fragmentada, onde os poderes econômicos buscam seu próprio benefício; os países, seu próprio bem-estar; os indivíduos, seu próprio interesse?

A lógica que dirige nestes momentos o caminho do mundo é irracional. Os povos e os indivíduos estão caindo progressivamente na escravidão de “ter sempre mais”. Tudo é pouco para dar-se por satisfeito. Para viver bem, é necessário sempre mais produtividade, mais consumo, mais bem-estar material, mais poder sobre os outros.

Procura-se insaciavelmente o bem-estar, mas será que não há uma progressiva desumanização? Quer-se “progredir” cada vez mais, mas qual é o progresso que leva a abandonar milhões de seres humanos na miséria, na fome e na desnutrição? Por quantos anos será possível desfrutar desse bem-estar, fechando as fronteiras aos famintos?

Se os países privilegiados só procuram “salvar” seu nível de bem-estar, se não se quer perder o potencial econômico, jamais se darão passos em direção a uma solidariedade a nível mundial. Mas não nos enganemos. O mundo será cada vez mais inseguro e mais inabitável para todos e também para nós. Para salvar a vida humana no mundo é preciso aprender a perder.
Instituto Humanitas Unisinos, 29-08-2014.
*José Antonio Pagola é teólogo. O texto é baseado no Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 16, 21-27, que corresponde ao 22º Domingo do Tempo Comum, ciclo A do Ano Litúrgico.

Possíveis vetores da tuberculose nas Américas

Lobos-marinhos podem ter se contagiado de animais hospedeiros na África e transferiram pelo Atlântico.

Os lobos-marinhos podem ter introduzido a tuberculose nas Américas séculos antes de Cristóvão Colombo pisar no continente, afirmam cientistas.
Um novo estudo desafia a teoria de que foram os europeus que introduziram a tuberculose no Novo Mundo, onde a doença matou milhões de indígenas americanos, assim como a tosse coqueluche, a varíola e a gripe.
Vinte milhões de seres humanos viviam nas Américas antes da chegada dos europeus, e 95% morreram de doenças, para as quais não tinham imunidade.
No entanto, os últimos dados revelam que a tuberculose "pode ter desempenhado um papel na morte de indígenas americanos, antes da chegada dos europeus", segundo a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos (NSF, na sigla em inglês), que ajudou a financiar a pesquisa.
Uma equipe de especialistas internacionais analisou o DNA das bactérias em três esqueletos humanos que datam de mil anos, encontrados no Peru, e descobriram um tipo de tuberculose similar a cepas que atualmente afetam focas, lobos e leões-marinhos.
A descoberta revelou "uma via de entrada plausível, embora inesperada, no Novo Mundo", escreveram os autores do estudo.
Isto indica que os lobos-marinhos podem ter se contagiado de animais hospedeiros na África, onde a doença aparentemente se originou, e que chegaram nadando pelo Atlântico até a América do Sul.
Os mamíferos provavelmente foram comidos por habitantes do litoral, que por sua vez contaminaram outros com a bactéria, acrescentou o estudo, publicado semana passada na revista "Nature".
"A fonte da tuberculose no Novo Mundo foi, durante muito tempo, uma interrogação para os cientistas", afirmou, em um comunicado, a diretora do programa de Biologia Antropológica da NSF, Elizabeth Tran.
"Este estudo traz provas importantes de que os mamíferos marinhos são os possíveis culpados", completou.
A análise também revelou que a tuberculose na forma como a conhecemos hoje é muito mais recente do que se pensou inicialmente e pode ter se desenvolvido na África há 6.000 anos.
- Uma cepa de tuberculose extinta -
O estudo dá respostas a uma certa quantidade de questionamentos sobre a tuberculose nas Américas.
Geneticamente, cepas modernas de tuberculose do Novo Mundo estão estreitamente relacionadas com as europeias, o que levou à conclusão de que os europeus introduziram a doença após o primeiro contato do navegador genovês Cristóvão Colombo com os ameríndios, em 1492.
No entanto, há provas arqueológicas em esqueletos e múmias de tuberculose presente séculos antes.
Alguns sugeriram que a doença pode ter se disseminado entre os primeiros humanos da África, antes de a ponte terrestre do estreito de Bering inundar entre a Sibéria e o Alasca, no final da última glaciação, há 11.700 anos.
Mas isso não chega a explicar a semelhança genética com as cepas europeias, ou o fato de que a tuberculose provavelmente é uma doença mais recente.
O último estudo sobre o tema concluiu que o bacilo da tuberculose, encontrado em três esqueletos, era diferente das cepas atualmente presentes nas Américas.
Embora tenha sido trazida pelos mamíferos marinhos, a doença aparentemente foi substituída por cepas europeias.
"A conexão com lobos e leões-marinhos é importante para explicar como esse patógeno adaptado aos mamíferos que se desenvolveu na África há 6.000 anos pode ter chegado ao Peru 5.000 anos depois", disse o coautor Johannes Krause, da Universidade de Tubinga, na Alemanha.
"Uma introdução por via marinha parece ser a forma mais provável de a doença ter alcançado os seres humanos nas Américas milhares de anos depois da inundação da ponte de terra de Bering, quando não eram mais possíveis movimentos terrestres para as Américas", continuou.
Mais de 8,6 milhões de pessoas tiveram tuberculose em 2012, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e 1,3 milhão morreu dessa doença, a primeira causa de morte entre pacientes infectados com HIV.
As cepas que subexistem nos lobos-marinhos ainda podem afetar os seres humanos, embora isso ocorra raramente, afirmaram os pesquisadores.
AFP