sábado, 31 de dezembro de 2016

2016: O ano dos Papas em revista

Papa Francisco em Auschwitz. Foto: Lusa
Agência Ecclesia 31 de Dezembro de 2016, às 06:00   Papa Francisco em Auschwitz. Foto: Lusa


Principais acontecimentos no pontificado de Francisco e regresso de Bento XVI ao palácio apostólico

Lisboa, 31 dez 2016 (Ecclesia) - O Papa Francisco realizou seis viagens internacionais em 2016, publicou a exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’ e promoveu um encontro inter-religioso pela paz, em Assis (Itália).

Após duas assembleias do Sínodo dos Bispos sobre a família (2014 e 2015), o mês de abril viu ser publicada a ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor), na qual o Papa propõe um caminho de “discernimento” para os católicos divorciados que voltaram a casar civilmente.

Francisco assina uma reflexão que recolhe as propostas dos bispos e dos inquéritos aos católicos de todo o mundo, mas a situação dos católicos recasados tem gerado pedidos de esclarecimento e mesmo alguma contestação.

As perseguições religiosas, o terrorismo e a crise dos refugiados foram outros temas presentes nas intervenções do Papa, que a 17 de fevereiro concluiu a sua primeira viagem ao México, deixando atrás de si várias mensagens contra a violência, o tráfico de drogas e o crime, por um futuro diferente.

Antes, teve lugar o histórico encontro com o patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo, numa breve escala em Cuba.

Na sua tradicional mensagem pascal, antes de conceder a bênção ‘urbi et orbi’, Francisco condenou no Vaticano a vaga de ataques terroristas, atos de “violência cega e brutal”.

Ainda em abril, na companhia de líderes ortodoxos, o Papa visitou os refugiados na ilha grega de Lesbos e não regressaria ao Vaticano sem que alguns deles o acompanhassem.

O Papa cumpriu em junho uma viagem de três dias à Arménia, a sua primeira ao país, que se encerrou com um gesto de paz junto à fronteira turca.

A 28 de junho fez-se história no Vaticano com o regresso do Papa emérito Bento XVI ao palácio apostólico, para uma homenagem por ocasião do seu 65.º aniversário de ordenação sacerdotal.

Ainda em 2016, Bento XVI falou publicamente, no livro-entrevista ‘Últimas conversas’, sobre a sua renúncia ao pontificado, em 2013, explicando que esta uma decisão amadurecida, que não vê como um “fracasso”.

A popularidade do Papa Francisco junto dos mais jovens, no ano em que chegou à rede social Instagram, ficou comprovada em finais de julho, na viagem de cinco dias à Polónia, onde presidiu à Jornada Mundial da Juventude em Cracóvia, numa visita que incluiu uma homenagem silenciosa às vítimas do campo de concentração nazi de Auschwitz.

A 28 de junho fez-se história no Vaticano com o regresso do Papa emérito Bento XVI ao palácio apostólico
O Papa visitou de surpresa a localidade de Amatrice, uma das zonas afetadas pelo sismo no centro de Itália, a 24 de agosto, para encontrar-se com as vítimas e as suas famílias.

Em setembro, após a canonização de Santa Teresa de Calcutá, a agenda pontifícia incluiu um encontro com líderes religiosos na cidade italiana de Assis, assinando uma declaração conjunta pela paz que rejeita o terrorismo e o fundamentalismo.

A 2 de outubro, o Papa encerrou na Grande Mesquita de Bacu, capital do Azerbaijão, a sua segunda visita à região do Cáucaso, que se iniciou na Geórgia.

Uma viagem histórica levou Francisco à Suécia, entre 31 de outubro e 1 de novembro, para assinalar com os luteranos os 500 anos da reforma protestante.

A 20 de Novembro, o Papa presidiu às cerimónias conclusivas do Jubileu da Misericórdia, um evento central no seu pontificado.

No Natal, Francisco denunciou os sofrimentos da guerra civil na Síria, pedindo o fim definitivo do conflito, em particular na cidade de Alepo; no dia seguinte, falaria dos “mártires” de hoje.

Um símbolo das perseguições religiosas foi o padre Jacques Hamel, assassinado a 26 de julho, enquanto celebrava Missa na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, que o Papa considerou um “mártir”.

A reforma da Cúria Romana passou, entre outras medidas, pela criação de dois dicastérios: um para o setor dos Leigos, Vida e Família; outro, que começa a funcionar a 1 de janeiro de 2017, dedicado ao “desenvolvimento humano integral”.

Ainda em 2016, chegou ao fim o julgamento do processo de furto e divulgação de documentos reservados da Santa Sé, conhecido como ‘Vatileaks2’.

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