domingo, 13 de agosto de 2017

Arcebispo pede a Estados Unidos e Coreia do Norte diálogo para evitar a guerra

Donald Trump e Kim Jon-un / Fotos: Flickr Michael Vadon (CC_BY_SA_2.0) - Flickr Driver

VATICANO, 12 Ago. 17 / 02:00 pm (ACI).- O Arcebispo Silvano Tomasi, ex-Observador Permanente da Santa Sé ante a ONU em Genebra (Suíça), pediu aos Estados Unidos e à Coreia do Norte que evitem uma possível guerra através do diálogo e da negociação.

O Prelado fez este apelo ante o aumento da tensão entre os dois países, gerada pelos discursos bélicos do líder norte-coreano Kim Jong-un e do presidente norte-americano Donald Trump.

A Coreia do Norte anunciou que lançaria quatro mísseis Hwasong-12 que cruzariam o céu do Japão e cairiam há aproximadamente 30 ou 40 quilômetros da pequena ilha de Guam, que pertencente aos Estados Unidos.

Diante disso, Trump garantiu que os Estados Unidos estavam prontos para responder as ameaças. Na sexta-feira, 11 de agosto, através de sua conta no Twitter, afirmou que “as soluções militares estão totalmente preparadas, prontas para o combate, se a Coreia do Norte atuar de forma imprudente. Espero que Kim Jong-un encontre outro caminho”.

Em meio a este clima, o Arcebispo lamentou que a crise atual mostre como as relações internacionais podem se quebrar facilmente.

Dom Tomasi recordou que o Papa Francisco insistiu consistentemente que “o caminho a seguir é o diálogo” e incluir a todos nas negociações, em busca do bem comum.

O “caminho do conflito é sempre um caminho errado”, advertiu em declarações divulgadas na quarta-feira pela Rádio Vaticano.

Dom Tomasi também disse que, em vez de construir muros, deve-se buscar que as sociedades melhorem a qualidade de vida dos povos.

“Precisamos mudar a cultura pública”, disse o Prelado e indicou que “o caminho a seguir não é o de ter a última tecnologia militar, mas de ter um enfoque de inclusão” e a construção do bem comum da humanidade.

Nesse sentido, recordou que a posição da Santa Sé sobre o uso e a posse de armas atômicas foi bem definida e, portanto, apoia uma nova convenção da ONU que proíba tais armas.

Embora alguns possam considera-la “uma medida idealista”, assinalou, “123 países votaram a favor”, mostrando um desejo e uma expectativa de que as crises não sejam abordadas através da ameaça da força, mas através de meios mais pacíficos ligados ao desenvolvimento.

Guam está a mais de 3 mil quilômetros ao sudeste da Coreia do Norte, abriga cerca de 163 mil pessoas e uma instalação da Armada dos Estados Unidos.

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