segunda-feira, 30 de abril de 2018

MORO SOFRE DERROTA: Ministro Do STJ Retira Processo Das Mãos Do Juiz De Curitiba

SAIBA!
Por Redação Click Política  Em 30 abr, 2018

BRASÍLIA – O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Sérgio Kukina decidiu retirar das mãos do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, o processo de extradição de Raul Schmidt Felippe Júnior, alvo da Lava-Jato que reside em Portugal e possui dupla cidadania. O caso foi alvo de um conflito de competência entre Moro e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Embora seja uma instância superior a ele, Moro não é subordinado ao TRF-1, porque sua jurisdição é do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Moro havia determinado a extradição do operador financeiro, mas o TRF-1 suspendeu o processo. No sábado, o órgão divulgou uma dura nota criticando Moro, que queria manter a extradição mesmo contra o entendimento do TRF-1. O desembargador federal Ney Bello, presidente do órgão, classificou como “intolerável” a decisão de manter a extradição de Raul Schmidt. Na nota, Bello diz que é “inimaginável, num Estado Democrático de Direito, que a Polícia Federal e o Ministério da Justiça sejam instados por um juiz ao descumprimento de decisão de um tribunal, sob o pálido argumento de sua própria autoridade”.

A decisão de Kukina põe um fim à disputa e fixa a Primeira Seção do STJ como órgão competente para discutir o assunto, já que a extradição envolve ato privativo ao ministro da Justiça.

O conflito de competência foi apresentado ao STJ pelo TRF-1, que no dia 27 de abril acolheu pedido de medida cautelar para determinar ao Ministério da Justiça a suspensão do procedimento de extradição de Raul Schimdt. Entre os argumentos apresentados pela defesa, estava a impossibilidade de extradição do empresário em virtude de sua condição de cidadão português nato.

Apontado como operador financeiro, ele foi alvo da 25ª fase da Operação Lava-Jato, que recebeu o nome de “Polimento”. Schmidt é acusado de intermediar negócios de empresas estrangeiras com a área internacional da Petrobras por meio do pagamento de propina a pelo menos três ex-diretores da Petrobras – Jorge Zelada, Nestor Cerveró e Renato Duque, todos já condenados por corrupção e lavagem de dinheiro.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Schmidt também aparece como preposto de empresas estrangeiras que assinaram contratos de exploração de plataformas da Petrobras em que foram detectadas irregularidades.

Porta Click Política- Fonte: O Globo

Dormir tranquilo: Favor rezar esta oração da noite

Para recuperar a paz interior e descansar com o coração unido a Deus
Meu Pai,
agora que as vozes silenciaram
e os clamores se apagaram,
aqui ao pé da cama
minha alma se eleva a Ti, para dizer:
Creio em Ti, espero em Ti,
e amo-te com todas as minhas forças,
glória a Ti, Senhor!

Deposito nas tuas mãos a fadiga e a luta,
as alegrias e desencantos
deste dia que ficou para trás.
Se os nervos me traíram,
se os impulsos egoístas me dominaram
se dei lugar ao rancor ou à tristeza,
perdão, Senhor!
Tem piedade de mim.

Se fui infiel,
se pronunciei palavras em vão,
se me deixei levar pela impaciência,
se fui um espinho para alguém,
perdão Senhor!

Nesta noite
não quero entregar-me ao sono
sem sentir na minha alma
a segurança da tua misericórdia,
a tua doce misericórdia
inteiramente gratuita.

Senhor! Eu te agradeço, meu Pai,
porque foste a sombra fresca
que me cobriu durante todo este dia.
Eu te agradeço porque,
invisível, carinhoso e envolvente,
cuidaste de mim como uma mãe,
em todas essas horas.

Senhor! Ao redor de mim
tudo já é silêncio e calma.
Envia o anjo da paz a esta casa.
Relaxa meus nervos,
sossega o meu espírito,
solta as minhas tensões,
inunda meu ser de silêncio e de serenidade.

Vela por mim, Pai querido,
enquanto eu me entrego confiante ao sono,
como uma criança
que dorme feliz em teus braços.
Em teu Nome, Senhor, descansarei tranquilo.

Amém.

(Frei Ignacio Larrañaga, manual de oração “Encontro”)

REVISTA ‘ISTO É’ REFORÇA: Lula Será Solto No Próximo Dia 10 Por Determinação Do STF;

CONFIRA!
Por Redação Click Política  Em 30 abr, 2018


Segundo matéria publicada pela revista “ISTO É”, o ex-presidente Lula deixará a sede da Polícia Federal em Curitiba no dia 10 de maio.


Segundo a citada revista a decisão partirá da segunda turma do Supremo Tribunal Federal, que inicia ainda esta semana eletronicamente o julgamento de um recurso impetrado na principal corte de Justiça do país, apresentado pela defesa do ex-presidente.

Lula foi preso no dia 6 de março em Curitiba por determinação do juiz Sérgio Moro integrante da Operação Lava Jato, depois de condenar o ex-presidente por conta do caso do Triplex do Guarujá.


Lula pegou 11 anos de cadeia, mas a defesa alega que a prisão foi efetivada de maneira ilegal, pois a mesma aconteceu antes do fim do prazo da apresentação de recursos ao TRF4 em Porto Alegre.

Os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Celso de Mello que integram a turma, já se manifestaram contra as prisões efetivadas depois de uma condenação em segunda instancia, pois segundo os ministros, fere a Constituição Federal.

Apenas o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, defende a tese do fim da presunção de inocência e que nesse caso seria voto vencido.

Da Redação do Portal Click Política, com informações da Revista ISTO É.

 Redação Click Política


Reajuste do Bolsa Família deve ficar entre 5,5% e 6%

  domtotal.com
Técnicos da área econômica terão agora de fazer os cálculos para acomodar o custo do reajuste dentro do Orçamento deste ano.
A área econômica preferia um reajuste apenas para repor a inflação de 2017 (2,95%), mas a ala política do governo defendia um porcentual maior.
A área econômica preferia um reajuste apenas para repor a inflação de 2017 (2,95%), mas a ala política do governo defendia um porcentual maior.

O governo deve anunciar um reajuste acima da inflação nos benefícios do Bolsa Família. O porcentual deve ficar entre 5,5% e 6%, informou uma fonte do governo ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.O anúncio será feito nesta segunda-feira à noite pelo presidente Michel Temer, em pronunciamento na TV.

A área econômica preferia um reajuste apenas para repor a inflação de 2017 (2,95%), mas a ala política do governo defendia um porcentual maior.

Com a decisão de dar aumento real aos beneficiários do Bolsa Família, os técnicos da área econômica terão agora de fazer os cálculos para acomodar o custo do reajuste dentro do Orçamento deste ano.

O principal obstáculo a um reajuste maior que a inflação era justamente o impacto sobre as despesas do governo, que já estão sob bloqueio devido à possibilidade de frustração de receitas com a privatização da Eletrobrás e também sob a limitação do teto de gastos.


Agência Estado

Ação dramática é necessária para combater mudanças climáticas, diz ONU

domtotal.com
Depois de permanecerem estáveis por três anos, as emissões globais de CO2 aumentaram 1,4% em 2017.
Depois de permanecerem estáveis por três anos, as emissões globais de CO2 aumentaram 1,4% em 2017. (AFP)

O mundo deve redobrar os esforços para deter o aquecimento global antes que seja tarde demais, disse a chefe para o clima da ONU nesta segunda-feira, quando cerca de 200 nações iniciaram negociações em Bonn.

"Nossa janela de tempo para combater as mudanças climáticas está se fechando muito rapidamente", disse Patricia Espinosa a jornalistas. "Precisamos aumentar dramaticamente nossa ambição".

As conversações técnicas de 12 dias se concentram em elaborar um "manual de operações" para o histórico pacto climático de Paris, que prevê limitar o aquecimento global "bem abaixo" de dois graus Celsius e, se possível, de 1,5ºC.

A temperatura média da superfície da Terra já subiu 1ºC desde meados do século XIX o suficiente para elevar o nível dos mares e aumentar a gravidade dos ciclones, secas e ondas de calor mortais.

As promessas nacionais voluntárias de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, anexadas ao acordo de Paris, estão muito aquém da meta e renderiam um mundo 3ºC mais quente que, segundo cientistas, prejudicaria o tecido da civilização humana.

"Um aumento dessa magnitude seria extremamente desestabilizador", disse Espinosa em uma coletiva de imprensa, transmitida ao vivo pela Internet. "Não podemos permitir que isso aconteça".

O Acordo de Paris pede a revisão das promessas de corte de carbono das nações em 2023, mas, segundo as tendências atuais, essa data pode ser tarde demais, alertam especialistas.

Depois de permanecerem estáveis por três anos, as emissões globais de CO2 aumentaram 1,4% em 2017, frustrando as esperanças de que tivessem atingido seu ponto máximo.

O tratado de 197 países também promete US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para ajudar as nações em desenvolvimento a tornarem-se mais verdes e se prepararem para os impactos das mudanças climáticas.

"A comunidade internacional deve agir agora para garantir que nossas metas de Paris não fiquem fora de alcance", disse Gebru Jember Endalew, um diplomata da Etiópia que lidera o bloco negociador dos Países Menos Desenvolvidos (PMD) de quase 50 nações.

"Ainda existe uma grande lacuna entre o apoio necessário e o apoio recebido", disse em um comunicado.

Diplomatas em Bonn estão conscientes da necessidade de construir pontes entre o processo político e a economia global, que começou a se afastar dos combustíveis fósseis em direção a energias renováveis ??e de baixo carbono.

"O Acordo de Paris é importante porque tem um impacto enorme sobre o que o mercado faz", disse à AFP a ministra canadense do Meio Ambiente, Catherine McKenna, antes da reunião.

"Precisamos que o dinheiro flua, precisamos ir de bilhões para trilhões, a fim de avançar para um futuro de baixo carbono".

O encontro de Bonn é uma das dezenas de reuniões relacionadas ao clima que culminarão em uma cúpula climática da ONU em Katowice, na Polônia, em dezembro.

A questão também está na pauta da cúpula do G7, em Quebec, em junho, e no G20, em Buenos Aires, em novembro, bem como em meia dúzia de reuniões ministeriais.

O tratado entra em vigor em 2020.


AFP

Montanha de lixo cobre rio na Indonésia

Esta montanha sem fim de lixo plástico, acredite, encobre um rio
Terceira maior cidade da Indonésia convocou militares para ajudar a resolver problema de rio inundado por lixo plástico.
Por BBC
 


Rio é totalmente encoberto por 'montanha' de lixo em Bandung, na Indonésia (Foto: BBC)Rio é totalmente encoberto por 'montanha' de lixo em Bandung, na Indonésia (Foto: BBC)
Rio é totalmente encoberto por 'montanha' de lixo em Bandung, na Indonésia (Foto: BBC)
Parece que não, mas sob uma densa camada de garrafas, sacolas e outros tipos de plástico, há um rio. (Assista ao vídeo)
A cena chocante ocorre em Bandung, a terceira maior cidade da Indonésia. Ali, militares precisaram ser convocados para tentar resolver o problema. Chamam o lixo de "seu principal inimigo" e tentam recolhê-lo usando redes.
Mas a tarefa é ingrata: ao mesmo tempo em que eles recolhem uma pequena parcela do lixo, mais e mais montantes de resíduos chegam com as correntezas.
Para o sargento Sugito, que lidera a missão, a tarefa não é fácil.
"Estou lutando com muita dificuldade contra o lixo. Não é um inomigo de combate, (mas) é hoje o nosso maior inimigo", diz ele.
Quilos de lixo plástico entopem rio em Bandung, Indonésia (Foto: BBC)Quilos de lixo plástico entopem rio em Bandung, Indonésia (Foto: BBC)
Quilos de lixo plástico entopem rio em Bandung, Indonésia (Foto: BBC)
Assim como muitos países em desenvolvimento, a Indonésia é notória por suas montanhas de lixo. Um boom populacional, além de uma explosão de embalagens de plástico no lugar de embalagens feitas de produtos biodegradáveis, como folhas de banana, contribuíram para o aumento de lixo, que agora inunda rios.
Situação é tão crítica que militares do país foram chamados (Foto: BBC)
Situação é tão crítica que militares do país foram chamados (Foto: BBC)
O resultado é que autoridades locais são incapazes de lidar com a elevada quantidade de resíduos gerados. E, diante da cultura de jogar lixo em canais e rios, qualquer tentativa de limpeza exigirá uma grande mudança de hábitos e de conscientização.

VIDA CONSAGRADA BUSCA NOVOS CAMINHOS NA AMAZÔNIA

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90 representantes de 30 congregações com projetos na perspectiva Pan-amazônica estiveram reunidos para construir laços de comunhão e fortalecer a missão, entre os dias 20 a 24 de abril, em Tabatinga (AM).

Por Jaime C. Patias*
“Algo novo está nascendo na missão neste chão”. Movidos por este sentimento, 90 representantes de 30 congregações com projetos na perspectiva Pan-amazônica estiveram reunidos para construir laços de comunhão e fortalecer a missão. A programação do encontro realizado nos dias 20 a 24 de abril, na cidade de Tabatinga (AM), tríplice fronteira entre o Brasil, Colômbia e Peru, abriu com uma oração inspirada em diversos símbolos da realidade. A diversidade dos povos e a harmonia da biodiversidade foi bruscamente quebrada pelo ruído de um motosserra que invadiu a assembleia abrindo troncos e assustando as crianças reunidas em círculo. A encenação mostrou as ameaças do grande capital que destrói a floresta, polui os rios, invade as terras e expulsa as populações originárias de seu habitat. Essa triste realidade foi denunciada pelo Papa Francisco em Puerto Maldonado no Peru, quando se dirigiu aos povos indígenas na abertura dos trabalhos de Sínodo para a Amazônia, em 19 de janeiro de 2018. “Provavelmente os povos originários amazônicos nunca estiveram tão ameaçados nos seus territórios como estão agora. A Amazônia é terra disputada em várias frentes”.

vidaconsagrada1amazoniaPara mostrar a diferença, Francisco já havia notado que “a Igreja não está na Amazônia como quem tem feito as malas para sair depois de explorá-la. Desde o início está presente nela com missionários, as congregações religiosas, sacerdotes, leigos e bispos, e sua presença é essencial para o futuro da região” (Rio de Janeiro, 27/07/2013).

Estas reflexões do Papa servem para destacar a importância da Igreja na atual conjuntura amazônica.
O encontro em Tabatinga foi promovido pela Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM) e pela Confederação Caribenha e Latino-americana de Religiosos e Religiosas (CLAR). “A Amazônia e seus povos são fonte e vida para nossas congregações”, explicou o padre Fernando Lopez, jesuíta que há 20 anos faz parte de uma Equipe Itinerante na tríplice fronteira. A realidade aponta para a “intercongregacionalidade e interinstitucionalidade na missão em uma territorialidade conectada. A nossa presença na Amazônia é fermento de renovação dos nossos carismas. Essa missão nos faz voltar às fontes de nossas fundações”, avaliou. Padre Lopez destacou eventos impulsionadores da missão na Amazônia, tais como o Pontificado de Francisco, a criação da REPAM, a Encíclica Laudato sì, o Sínodo especial para a Amazônia, os diversos encontros e processos.

Equipe Itinerante
Ganhou destaque a experiência da Equipe Itinerante na tríplice fronteira (Brasil, Colômbia e Peru) idealizada pelo superior dos jesuítas na Amazônia, o Pe. Cláudio Perani, que em 1998 assim orientou um grupo de missionários. “Andem pela Amazônia e escutem o que os povos falam: suas demandas e esperanças, seus problemas e soluções, suas utopias e sonhos. Visitem as comunidades e aldeias, as organizações e igrejas, participem da vida cotidiana do povo. Observem e registrem tudo cuidadosamente. Anotem as próprias palavras do povo. Não se preocupem com os resultados. O Espírito irá mostrando o caminho. Coragem! Começam por onde possam”. Estas palavras são muito atuais e lançam luzes para a presença na região.

Segundo Fernando Lopez, a Amazônia oferece um grande prato para articular três serviços: o institucional (continuidade e estabilidade), a inserção (processo de encarnação e proximidade) e a itinerância (conectividade e inclusão). Esses três serviços são representados terra firme, a várzea e os rios da Amazônia.

A primeira inspiração de itinerância vem do próprio Jesus que andava de aldeia em aldeia para chegar aonde ninguém vai. Por isso a necessidade de dar visibilidade às experiências de itinerância que fortalece as espiritualidades das congregações. Mas o grande desafio é a formação de novos missionários e missionárias.

Sínodo para a Amazônia
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Impossibilitado de viajar para Tabatinga, o presidente da REPAM, cardeal Cláudio Hummes enviou mensagem de incentivo: “Considero muito importante e promissor este encontro visto que a situação da Pan-amazônia grita por socorro. O Papa Francisco está ouvindo esse grito e por essa razão ele decidiu convocar o Sínodo especial para a Amazônia. Todos nós que já estamos na região em vista da evangelização estamos muitos felizes por esta decisão. É o Espírito Santo que nos convoca. A preparação do Sínodo já está em curso, vamos todos colaborar. O Sínodo poderá ser um evento histórico que vai construir novos caminhos para a Igreja e para a uma ecologia integral. Agradeçamos a Deus este kairós que Ele concede à Igreja missionária e peçamos que nos ilumine e dê a todos a coragem necessária de não ter medo do novo”.

O secretário executivo da REPAM, Maurício Lopez, único leigo na Comissão pré-Sinodal, destaca a importância do processo do Sínodo para a Igreja na Amazônia. “É uma das formas de colocar em prática a Encíclica Laudato sì. Neste caminho a REPAM joga um papel fundamental”. Mauricio explica que com o documento pré-sinodal que traz uma série de perguntas, estão previstas 45 assembleias, consultas e fóruns temáticos internacionais. “Amazônia, novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral, é o tema do Sínodo. O Papa mostra que está atento ao cominho de preparação e agradecido a todos. Ele tem muita esperança neste Sínodo. É um apelo para mudar esse modelo econômico de morte e de descarte para uma cultura do encontro. Por isso ninguém pode ficar fora da ecologia integral e por tanto, do Sínodo. Tudo está interligado”.

Visita missionária
No domingo, 22, os participantes do encontro organizados em 10 grupos estiveram em 10 comunidades ao longo do Rio Solimões, no Brasil, Colômbia e Peru. A experiência de Igreja em saída para encontrar os rostos amazônicos é resumida pela Irmã Maria Dolores Mora, da Companhia Santa Teresa de Jesus.

“Eu me senti obrigada por Jesus a entrar na barca para passar à outra margem. Navegamos pelas águas e caminhamos durante quatro horas para encontrar o povo das comunidades. Fiquei comovida e animada. É louvável que não perdem a capacidade de resistência, a solidariedade e a esperança”, relatou.

Em mais um banho de inserção, as lideranças indígenas, Eufracia Kuyuedo e sua filha, Anitalia Pijachi Kuyuedo, levaram os participantes a experimentar a dança, a espiritualidade e a comida do povo uitoto na Colômbia. A dinâmica destacou a acolhida e reciprocidade em dar e receber, uma das marcas das culturas indígenas. “Essa relação de proximidade ajuda a transmitir os valores fundamentais às novas gerações principalmente a unidade da família e o valor da mulher garantindo a continuidade dos povos”, explicou Anitalia.

Segundo a Irmã Maria Inês Vieira, presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), “está nascendo uma nova teologia da Vida Consagrada a partir da Amazônia. A diversidade de carismas se enriquece com a espiritualidade encarnada na Amazônia”.

Na opinião da vice-presidente da CLAR, a Irmã Luz Marina Valencia, o encontro de Tabatinga “representou um impulso para a articulação da Vida Consagrada na Região. Foi muito fecundo com muita vida iluminada pelo relato bíblico da Visitação que dará bons resultados”, avaliou a religiosa.

O bispo da diocese do Alto Solimões, Dom Adolfo Zom, SX, celebrou a missa de envio. “Viver neste chão é uma oportunidade para sentir a presença de Deus. Quando trabalhamos juntos, buscamos juntos, nos preocupamos juntos, sentimos algo novo nascer. Por isso que essa oportunidade realiza o sonho de Deus que está encarnado nesta realidade”, refletiu o bispo missionário Xaveriano. “Espero que este encontro seja uma cutucada para todos nós. Que seja o primeiro empurrão para sermos protagonistas neste Sínodo que não é somente para os bispos. Todos estamos convocados a participar”.

*Jaime C. Patias, imc, Conselheiro Geral para América.

Por que uma mulher moderna se tornaria freira?

 Rebecca Vitz Cherico
 MOTHER OLGA YAQOB,IRAQ
Pessoas de fora frequentemente acham que as irmãs religiosas estão fazendo sacrifícios penosos, mas aqui está a verdade...

Em 2014, a modelo e atriz espanhola Olalla Oliveros surpreendeu o mundo da moda, desistindo de sua carreira de sucesso e entrando na vida religiosa – ela se tornou freira.

Enquanto Oliveros tomou a decisão real quatro anos antes, ela esperou para discutir sua decisão publicamente e disse que foi uma visita ao santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, que estimulou sua vocação. Em entrevista ao jornal El Diario de Carlos Paz, a modelo explicou que sentia uma crescente insatisfação com a sua vida e experimentou “um terremoto interno” quando estava em Fátima. “Deus me deu um papel e me escolheu, e eu não podia dizer não a Ele”, disse ela.

Acontece com muito menos frequência do que décadas atrás as mulheres decidirem entrar nas comunidades religiosas. Catholic World News informou em 2013 que mais de 3.000 mulheres deixam a vida religiosa a cada ano em todo o mundo. No entanto, há sinais de que a maré está virando, especialmente em algumas áreas do mundo, e algumas ordens religiosas estão vendo um crescimento substancial nas vocações. As moças continuam a ter um chamado à vida religiosa, mas o que faz uma mulher jovem e moderna deixar bons amigos, um namorado e uma carreira promissora para entrar em um convento? Como isso acontece?

Em uma palestra do TEDx de 2012 chamada “Why Nuns Don’t Have Midlife Crises (Por que as freiras não têm crises de meia-idade)”, a estudante de pós-graduação e pesquisadora J. E. Sigler discutiu os principais elementos do discernimento vocacional. Sigler entrevistou um grande número de mulheres religiosas para entender seus caminhos vocacionais e sua pesquisa mostra que há quatro elementos-chave ou passos comuns aos chamados religiosos, que ela chama de: silêncio (seguido de medo), assombração, salto e finalmente paz e alegria.

Sigler diz que o primeiro passo – o silêncio – é particularmente desafiador em nosso mundo barulhento, distraído e saturado de mídia, mas é necessário para ouvir e entender o próprio coração. Sigler também inclui o medo como parte do primeiro passo, porque inevitavelmente acontece quando uma pessoa sente um chamado à vida religiosa, mesmo que essa não seja a característica primária.

“Assombração” refere-se à experiência de ser incapaz de abandonar a ideia de uma vocação, uma vez que a semente foi plantada, e “salto” é o passo necessário, mas arriscado, de seguir o chamado. “Paz e alegria” são os fenômenos que Sigler têm visto repetidas vezes em suas entrevistas com as irmãs religiosas – uma experiência que muitas delas descrevem vividamente, e parece ser uma consequência inevitável de viver em profunda intimidade com Deus.

Luigi Tanzi, pai de cinco filhos, lembra-se do dia em que sua filha chegou com a surpreendente notícia. Chiara, a mais velha, tinha apenas 22 anos quando lhe contou sobre sua decisão de entrar no convento das Missionárias de São Carlos Borromeo, em Roma, uma ordem missionária. “É como se sua filha dissesse que ela está saindo de casa para se casar”, lembra Luigi – um momento naturalmente difícil para qualquer pai. “Mas quando ela se casar com Jesus, como você pode se opor ao noivo?”.

Enquanto muitas pessoas de fora acham que as freiras estão fazendo sacrifícios enormes – e insuportáveis ​​–, parece muito diferente da perspectiva dessas mulheres. Elas falam de suas vocações como uma alegria e um presente, em vez de um fardo. Há períodos de provações e dificuldades, mas o que ancora seus votos é um amor profundo e permanente.

A Irmã Ann Kateri, 38 anos, é membro da comunidade das  Irmãs Franciscanas da Renovação. Ela foi criada em uma família grande e feliz em Washington, DC, e depois de se formar na Universidade de Harvard, começou a trabalhar com os pobres para a Igreja Católica. Desde quando ela tinha 11 anos, ela sentiu uma forte atração por esse tipo de trabalho, mas também experimentou um grande desejo pelo casamento. Quando seu namorado – um homem católico maravilhoso – pediu-a em casamento, ela disse que sim, mas então uma grande tristeza desceu sobre ela. Pega de surpresa por essa reação, ela procurou as razões de sua tristeza e reconheceu que estava sendo chamada para outra vida, um tipo diferente de relacionamento conjugal, que – apesar da hesitação inicial – lhe trouxe uma tremenda alegria. Ouvir seu coração esclareceu sua ligação. Ela descreve o dia em que professou seus votos finais como “de longe o dia mais feliz da minha vida”.

A Irmã Mary Star of Evangelization, 26 anos, com a ordem Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará, conhece essa mesma alegria, embora seu caminho fosse diferente. Ela cresceu protestante em Dakota do Norte, e não conheceu uma irmã religiosa até que ela estava na faculdade e já em seu caminho para ser católica. Ela decidiu se converter depois de conhecer uma série de estudantes católicos impressionantes que a ajudaram a ver uma conexão entre a fé e a razão que ela não tinha visto antes, especialmente porque seu pai era um cético. A irmã Star formou-se em engenharia química e alemã, e ansiava por uma vida confortável com um bom emprego e uma família católica feliz. Mas isso não era para ser.

Enquanto trabalhava com a FOCUS (Fellowship of Catholic University Students) após a formatura, ela conheceu uma comunidade de irmãs religiosas e ficou tão comovida com sua santidade que se sentou e chorou no canto a maior parte da noite. Ela não estava inicialmente certa de que ela tinha uma vocação. “Ficou claro para mim que eu queria essa santidade”, ela me disse, mas ela ainda via a si mesma se casando, então ela decidiu que “apenas iria buscar o casamento da maneira mais sagrada possível”.

Ela começou a direção espiritual e sentiu-se cada vez mais atraída pela vida religiosa. O evento surpreendente que esclareceu sua decisão foi semelhante ao da irmã Ann Kateri – um pedido de casamento. Um homem que ela namorou na faculdade tinha terminado com ela para se tornar padre, mas devido a alguns eventos inesperados, pensou que ele poderia ter cometido um erro e começou a persegui-la novamente. Ela não queria nada mais do que se casar com ele e começar uma família, então quando se viu estranhamente desinteressada, ela sabia que era um sinal. A certeza total não veio imediatamente, mas não demorou muito.

A irmã Star diz que depois de tomar sua decisão final de entrar no convento, ela experimentou uma tremenda felicidade que lhe mostrou que ela havia feito a escolha certa. “Toda a minha vida, eu tinha desenhado o meu senso de mim mesma e minha satisfação de ter o amor e a atenção de um homem, mas desta vez, foi o próprio Deus que deu essa felicidade para mim”.

A vertigem inicial desapareceu depois de um tempo, mas a irmã Star diz que é essencial que parte do consolo inicial desapareça para que ela possa ter certeza e escolher sua vocação com total liberdade, em vez de simplesmente em sua euforia. Ela menciona certas tentações que vieram a ela naquele momento, como o medo de perder seu senso de singularidade ao vestir o mesmo hábito e manter a mesma agenda que todas as outras irmãs de seu convento. Porém, a irmã Star diz que descobriu o quão diferentes todas são. Sua realidade “externa” é a mesma, mas seu universo interno é exclusivamente pessoal. Talvez o mais importante, há uma profunda paz e alegria.

“Se alguém tivesse me dito o quão incrível seria, eu teria me tornado uma freira há muito tempo”, diz ela.

Resta o cinismo

 O deputado Enio Verri (PT-PR) afirma que “um muquifo de quinta”, a 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, está a descumprir decisão do STF. Segundo ele, resta é um descarado cinismo diante de uma inexplicável bestialidade acerca da prisão política de Lula e uma profunda despolitização da população.
Enio Verri*
O caráter fundamentalmente persecutório da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Lula se consolida em cada um de seus capítulos. Depois das indecentes e desmoralizantes imagens extraídas de um muquifo de quinta, a 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba se nega a uma decisão do diminuto Supremo Tribunal Federal. Definitivamente, as instituições nacionais não estão em pleno funcionamento. É inadmissível que as corregedorias dos órgãos de fiscalização e controle não tenham ainda pedido explicações à Força Tarefa, tanto sobre as revelações da ocupação do imóvel quanto dessas afrontas ao Estado Democrático de Direito.

A prisão política de Lula é mantida à revelia da compreensão jurídica e dos direitos humanos. A Vara de piso está segura de que o fato não terá maiores consequências e confirma a compreensão da Suprema Corte e o do CNJ quanto a condição desta como instância superior. Enquanto isso, mantêm Lula encarcerado, de forma criminosa. Ele tem 72 anos, vem de um tratamento de câncer com acompanhamento médico periódico. E se a sua prisão política não fosse relevante, não estaria sendo denunciada em várias partes do mundo, inclusive na Comissão de Direitos Humanos da ONU. O cinismo reinante suscita a se acreditar em interesses mais poderosos que o Estado.

Essa desordem jurídica e a inação das instituições e da população interessam aos grupos financeiros que estão com as mãos bem próximas, definitivamente, dos recursos energéticos e das empresas estratégicas brasileiras. O que está em jogo não são apenas os bens materiais. Temer e sua camarilha estão entregando a outras nações o poder de decisão de como e para quem o Brasil vai se desenvolver. O País está muito próximo de se consolidar como a maior colônia de produtos primários do mundo. Países centro de poder estão prestes a controlar os destinos econômicos e, por conseguinte, os sociais e, provavelmente, os políticos, caso não haja reação à altura.

Os membros dos três Poderes que agiram em favor do golpe de 2016 o fizeram sob a certeza de que não haveria reação popular. A população foi e é mantida inerte com um longo processo de demonização da política, dos partidos políticos em geral, mas especificamente do Partido dos Trabalhadores. E esse mecanismo funcionou e funciona devido a uma profunda despolitização da população, que acredita, por exemplo, ser censura a proposta de reforma da comunicação. Desde 2005, com mais e mais intensidade, o PT é diuturnamente exposto de forma negativa.

Além de atacar o PT, a imprensa golpista esconde as imagens do apartamento que fazem vergonha aos mais fervorosos prosélitos da Operação Lava Jato. Ela também invisibiliza o acampamento Marisa Letícia, inclusive o atentado fascista, sofrido à bala, no qual duas pessoas foram feridas, uma delas em estado grave. E ela também distorce a realidade econômica pela qual passa o País, repetindo o mantra da privatização para a salvação do Brasil, sendo que o problema é menos de caixa do que de produção. O Brasil está parado, é essa a realidade. Um país à deriva.

O desemprego não para de crescer e a renda real mensal dos trabalhadores está caindo. Nos últimos cinco meses, o desemprego saltou de 11,8% para 13,1% da população, enquanto que a renda dos trabalhadores caiu de R$ 2.173, para R$ 2.169. Os que tiveram condições de cozinhar com gás de cozinha, durante os governos do PT, voltaram a usar lenha ou carvão para preparar os alimentos. Um aumento de 1,2 milhão de pessoas a mais, entre 2016 e 2017. E o mercado de trabalho está em queda. Um dos segmentos referência para avaliar as condições econômicas, a construção civil, retraiu em – 5,8% a contratação de mão de obra e, a indústria, – 2,7%.

Em 2017, o investimento público foi o pior, em 50 anos, apenas 1,7% do PIB. A EC 95 foi criada para asfixiar o Estado na sua capacidade de investir no seu desenvolvimento, de criar tecnologia e empregos e de promover a mais justa distribuição das riquezas. A nossa elite é tão sabuja que faz de tudo para falir o Estado, de modo que ele fique mais atrativo pra as nações centro de poder que estão brigando para adquirirem nossas fontes energéticas e nossas empresas estratégicas. A farsa não mais se sustenta, mas o golpe segue em frente aos trancos e afrontas inimagináveis para uma democracia. O que resta é um descarado cinismo diante de uma inexplicável bestialidade.

*Enio Verri é deputado federal pelo PT do Paraná.

Palocci Receberá R$ 30 Milhões Caso Moro Homologue A Delação Dele

 Por Joaquim De Carvalho
Por Redação Click Política  Última Atualização 30 abr, 2018


Dois aspectos chamam a atenção na notícia vazada pela Polícia Federal de que o ex-ministro Antônio Palocci fechou acordo de delação premiada.


Uma delas é a data em que a informação foi vazada, imediatamente após a decisão da segunda turma do Supremo Tribunal Federal de tirar de Moro a delação da Odebrecht referente a Lula.

Cheira à contra-ataque, retaliação à decisão da corte em Brasília.

Outro aspecto que chama a atenção é que o acordo de delação premida está sendo costurado pela Polícia Federal, não pelo Ministério Público Federal.

Até então, a força-tarefa coordenada por Deltan Dallagnol era a responsável por todos os acordos de delação premiada homologados pelo juiz Sergio Moro em Curitiba.

“Coincidência ou não… não me lembro de nenhum delator fechando acordo em Curitiba depois da minha entrevista ao jornal El Pais em julho do ano passado”, anotou Rodrigo Tacla Durán através do Twitter.

Tacla Durán é o advogado que denunciou à imprensa e à CPI da JBS um amigo de Sergio Moro, Carlos Zucolotto Júnior, também advogado, como intermediário numa negociação para vender facilidades em um acordo de delação premiada.

Pagando 5 milhões de dólares por fora, Tacla teria expressiva redução da pena e ficaria com 5 milhões de dólares de uma conta dele em Cingapura, bloqueada por Moro.

Tacla Durán não aceitou e, refugiado na Espanha, onde tem cidadania, resistiu ao pedido de prisão de Moro, e a justiça do reino espanhol negou a extradição.

Tacla Durán vive livremente na Espanha, onde tem empresa e de onde costuma publicar tuítes que minam a credibilidade da outrora chamada República de Curitiba.

O último deles é sobre a delação premiada de Palocci. Por que a Polícia Federal está à frente desse acordo?

Tacla Durán suspeita que é em razão das denúncias que fez, que tornou o MPF de Curitiba suspeito.

“Coincidência que agora é só por esse caminho (Polícia Federal) que delator fecha acordo em Curitiba?”, provocou o ex-advogado da Odebrecht, também através do Twitter.

Na denuncia sobre a indústria da delação premiada, feita em 2017, Tacla Durán juntou cópia periciada da conversa que teve com Carlos Zucolotto Júnior, em 2016, por aplicativo de celular. Vale a pena recordar a conversa:

Zucolotto: Amigo, tem como melhorar esta primeira… Não muito, mas sim um pouco.

Rodrigo Durán: Não entendo.

Zucolotto: Há uma forma de melhorar esta primeira proposta… Não muito. Está interessado?

Rodrigo Durán: Como seria?

Zucolotto: Meu amigo consegue que DD entre na negociação.

Rodrigo Durán: Correto. E o que que se pode melhorar?

Zucolotto: Vou pedir para mudar a prisão para prisão domiciliar e diminuir a multa, ok?

Rodrigo Durán: Para quanto?

Zucolotto: A ideia é diminuir para um terço do que foi pedido. E você pagaria um terço para poder resolver.

Rodrigo Durán: Ok. Pago a você os honorários?

Zucolotto: Sim, mas por fora, porque tenho que cuidar das pessoas que ajudaram com isso. Fazemos como sempre. A maior parte você me paga por fora.

Rodrigo Durán: Ok.

O que reforçou a denuncia de Tacla Durán à época é a cópia de um e-mail do Ministério Público Federal, enviada depois da conversa com Zucolotto, em que os termos acordados pelos dois aparecem na minuta do acordo.

Depois da denúncia do ex-advogado da Odebrecht, nenhum outro acordo costurado pelo Ministério Público Federal foi divulgado, mas a delação premiada continuou na berlinda.

Em depoimento em março deste ano, prestado na Vara de Moro, o ex-executivo da Odebrecht Rogério Araújo, delator da Lava Jato, foi confrontado com a pergunta se ainda recebia valores da empresa.

Um advogado pergunta:

“O senhor ainda recebe esses valores?”

O ex-executivo confirma que recebe valores mensalmente, embora tenha saído da empresa em junho de 2015.

O advogado quer saber a título de que ainda recebe dinheiro da empresa.

Moro interfere:

“Foi rescisão contratual, doutor”.

Rogério repete:

“Foi rescisão contratual”.

Outro advogado tenta buscar esclarecimento:

“O senhor falou duas coisas. O senhor falou que tinha recebido a título de rescisão contratual e de que também existiria um programa…”

O procurador da república corta:

“Doutor, ele falou que esse programa aí foi no contexto da rescisão”.

O advogado insiste com o depoimento:

“O senhor pode esclarecer?”

O procurador, embora não estivesse com a palavra, corta mais uma vez:

“Ele já falou, doutor”.

O depoimento se tornou importante porque revela o vínculo que delatores ainda mantém com a Odebrecht. Era essa a resposta que os advogados buscavam de Rogério Azevedo e, ao que parece, era essa resposta que o procurador e Moro queriam evitar que Rogério Azevedo desse.

Por que tanta preocupação da Lava Jato?

Porque a lei que incorporou o instrumento da colaboração ao direito brasileiro determina que as delações só valem se forem espontâneas.

Quando um delator recebe vantagem para colaborar com a justiça, essa colaboração deixa de ser espontânea.

E o executivo questionado, Rogério, faz parte de um grupo de 78 executivos da empresa que fecharam o acordo de delação premiada ao mesmo tempo.

Não é crível que todos tenham tomado a decisão ao mesmo tempo.

Que todos tenham tomado essa decisão espontaneamente.

E não foi mesmo espontâneo, conforme ouvi de Rodrigo Tacla Durán:

“A verdade é que a Odebrecht decidiu colaborar conjuntamente com a Justiça para tentar livrar Marcelo Odebrecht da cadeia e salvar a empresa, e houve várias reuniões que definiram essa estratégia. Eu estava presente em uma delas. Foi no Hotel Intercontinental, em Madri”, recordou Rodrigo Tacla Durán.

A empresa ofereceu bônus e salário durante quinze anos para quem prestasse depoimento à Justiça na condição de colaborador.

Não houve, portanto, espontaneidade e o depoimento passou a ser interessante financeiramente, não só como instrumento para reduzir pena.

Em uma situação assim, o delator diz tudo o que seus interrogadores querem ouvir.

E é nesse ponto que se volta para a delação de Palocci.

A estratégia de que a delação pode ser, acima de tudo, um bom negócio está presente também nas negociações com Antonio Palocci.

A diferença é que, na negociação, saíram os procuradores da república (um tanto queimados) como negociadores e entraram os policiais federais.

Em comum, permaneceu Moro, que sempre dá a última palavra com a homologação.

E que Palocci vai ganhar?

A liberdade certamente, mas não só.

Palocci teve mais de R$ 60 milhões bloqueados por decisão de Moro. E, nos bastidores da Justiça Federal em Curitiba, garante-se que Palocci terá R$ 30 milhões desbloqueados por Moro, caso a colaboração do ex-ministro seja aceita.

Os termos do acordo de delação premiada de Palocci permanecem sob sigilo, só será revelado se e quando a delação for homologada.

Mas esta é a informação que recebi de uma pessoa com fonte na Polícia Federal. Repetindo: Palocci terá R$ 30 milhões desbloqueados caso sua delação seja aceita.

Como acontece nesses casos, parte desses R$ 30 milhões irá para seu advogado, Adriano Bretas, mas Palocci manterá uma bolada com ele.

Irá para casa, mas, para isso, terá que continuar dizendo o que os investigadores querem — Lula, claro, no centro de tudo.

Palocci viverá sem honra, mas com muito dinheiro no banco.

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Redação Click Política