sábado, 28 de fevereiro de 2015

Papa exorta as Cooperativas italianas: "globalizar a solidariedade"

Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – Depois de uma semana de Exercícios Espirituais, em Ariccia, perto de Roma, o Papa e seus colaboradores da Cúria Romana voltaram ao Vaticano, na manhã desta sexta-feira (27). Assim, o Santo Padre retomou, normalmente, suas atividades, que tinham sido suspensas devido ao Retiro de Quaresma.
Desta maneira, o Papa Francisco recebeu, na manhã deste sábado, no Vaticano, o Cardeal-arcebispo de Nápoles, Dom Crescenzio Sepe, em vista da Visita pastoral de um dia, que o Pontífice fará àquela cidade no próximo dia 21 de março.
A seguir, o Pontífice recebeu, na Sala Paulo VI, cerca de sete mil membros da Confederação “Cooperativas Italianas”, acompanhado do seu Presidente Maurizio Gardini.
No seu denso discurso aos numerosos presentes, o Santo Padre expressou sua satisfação e apreço aos membros das Cooperativas Italianas, que representam “a memória viva de um grande tesouro da Igreja na Itália. À origem da atividade destas cooperativas estão os sacerdotes e os párocos, que, sabiamente, as fundaram e promoveram ao longo destes anos.
Ainda hoje, afirmou o Papa, em diversas dioceses italianas, se recorre à cooperação como remédio eficaz para o problema do desemprego e das diversas formas de dificuldade social.
Neste sentido, o Pontífice recordou que a Igreja sempre reconheceu, apreciou e encorajou a experiência de cooperação. Aqui, citou diversos documentos da Doutrina Social da Igreja, dirigidos aos cooperadores, que ainda são válidos e atuais em nossos dias.
Depois, o Bispo de Roma convidou os presentes a não olhar somente para o passado, mas sobretudo para o futuro, às novas perspectivas, às novas responsabilidades e às novas formas de iniciativas pelas Empresas e Cooperativas.
Trata-se de uma verdadeira missão que requer fantasia criativa para encontrar meios, métodos, comportamentos e instrumentos, para combater a “cultura do desperdício, cultivada pelos poderes que dirigem as políticas econômico-financeiras do mundo globalizado. E o Papa acrescentou:
“Globalizar a solidariedade, hoje, significa preocupar-se pelo aumento vertiginoso do desemprego, das lágrimas dos pobres, da necessidade de retomar um desenvolvimento que vise o verdadeiro progresso integral das pessoas sem rendas; preocupar-se com os aspectos da saúde, da solidariedade e da dignidade da pessoa humana. Enfim, globalizar a solidariedade!”.
A seguir, o Papa Francisco passou a dar alguns conselhos concretos aos membros das Cooperativas italianas: primeiro, “ser motor, que alivia e incentiva as camadas mais fracas das comunidades locais e da sociedade civil”, com particular referência aos jovens, mulheres, adultos desempregados.
Segundo: “ser protagonistas para encontrar novas soluções”, sobretudo no campo da saúde, que envolve as camadas mais pobres das periferias, sem jamais esquecer que “ao centro de tudo deve estar a pessoa”. A “caridade não é um simples gesto para tranquilizar o coração, mas um dom”.
Terceiro: a “economia e a sua relação com a justiça social, com a dignidade e o valor das pessoas”. Com uma nova economia criamos a capacidade de desenvolver as potencialidades das pessoas. Uma empresa deve crescer e lucrar, mas deve envolver todos, de modo cooperativo.
Quarto: “sustentar, facilitar e encorajar a vida das famílias; conciliar o trabalho com a família, especialmente no que se refere às mães e seus filhos. Somente assim se poderá administrar os bens comuns.
Quinto: este, talvez, poderá surpreender, por ser proposto pelo Papa, mas é preciso “investir, saber investir: colocar juntos os meios bons para realizar obras boas”. Aumentar a colaboração entre as cooperativas bancárias e as empresas, sabendo administrar os recursos, para que as famílias vivam com mais serenidade e dignidade. Os homens devem administrar, com honestidade, o capital econômico e não vice-versa.
Por fim, o Papa passou ao seu sexto e último conselho: “as Cooperativas devem colaborar com as paróquias e as dioceses”, onde há antigas e novas periferias existenciais, onde há pessoas marginalizadas, excluídas, desrespeitadas. E concluiu: “Vivam como cristãos! Mantenham a sua fé e identidade próprias! Sejam solidários!” (MT)
(from Vatican Radio)

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