quarta-feira, 29 de novembro de 2017

O restrito clube das potências nucleares

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Teste de sistema antimísseis no Pacífico em 2013.
Teste de sistema antimísseis no Pacífico em 2013. (DoD/AFP/Arquivos).

Mais de 90% das reservas mundiais de armas atômicas estão nas mãos da Rússia e dos Estados Unidos, juntamente com outros sete países, incluindo a Coreia do Norte - o fechado clube de potências nucleares.

Hoje, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, declarou que seu país se tornou um Estado nuclear de pleno direito, após testar com sucesso um novo tipo de míssil capaz de atingir qualquer lugar dos Estados Unidos.

Das 15.000 ogivas nucleares registradas no mundo, cerca de 4.000 estão prontas para serem usadas, segundo estimativas da Federação de Cientistas Americanos (FAS).

Até agora, apenas os Estados Unidos recorreram a esse tipo de armamento, em 6 e 9 de agosto de 1945, contra as cidades japonesas de Hiroshima (140.000 mortos) e Nagasaki (70.000 mortos). Esses dois bombardeios precipitaram a capitulação do Japão e o fim da Segunda Guerra Mundial.

Firmado em 1968 e em vigor desde 1970, o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) obriga os cinco países que oficialmente dispõem da bomba atômica (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China) a não transferir tecnologia militar nuclear para outros países. O TNP também proíbe a obtenção, ou a fabricação, de arma atômica, no caso dos países que ainda não a possuem.

Desde então, alguns países renunciaram a seu programa nuclear militar, como Suécia (1968), Suíça (1969), África do Sul (1991) e as antigas repúblicas soviéticas.

Apesar do TNP, quatro Estados se dotaram de bomba nuclear: Paquistão, Índia e Israel - nenhum deles signatário do tratado - e, mais recentemente, Coreia do Norte, que se retirou do acordo em 2003. Israel nunca confirmou, nem desmentiu, esse status.

Entre os cientistas acusados de terem participado da proliferação atômica, está o paquistanês Abdul Qadeer Khan, considerado um herói em seu país por ter dado ao mundo muçulmano sua primeira bomba nuclear.

Em 2004, ele confessou ter vendido segredos nucleares para Irã, Líbia e Coreia do Norte. Retratou-se em 2009, após passar vários anos em prisão domiciliar.

O Irã constitui um caso particular.

Suspeito - segundo a comunidade internacional - de buscar desenvolver a arma atômica nos anos 2000, Teerã alcançou em julho de 2015 um acordo com as grandes potências, garantindo o caráter civil de seu programa nuclear, em troca da suspensão progressiva das sanções internacionais.

Agora, o presidente americano, Donald Trump, ameaça retirar seu país do acordo.


AFP

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